Um País mais justo e igualitário será construído a partir do desenvolvimento pleno de toda a população. Condições igualitárias de acesso à educação, à saúde, a práticas esportivas, à segurança e ao lazer podem contribuir para corrigir diferenças históricas entre vários grupos da população. Censo da Educação Superior, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aponta que o número de matrículas para portadores de necessidades especiais nos cursos de graduação aumentou 54,6% no Paraná em 2014 (último dado disponível) com relação a 2013.
O índice é bem superior à média nacional, que ficou em 14,9% naquele ano. O dado decepcionante é que apesar da alta, as matrículas para pessoas com deficiência representam 0,3% do número total de ingressos no ensino superior. No Brasil, o índice ficou em 0,4%. É um percentual extremamente baixo para um grupo que compreende 45 milhões de brasileiros ou 23,9% da população total. Os números crescentes devem ser comemorados, mas também devem levar à reflexão: as condições são semelhantes para todos?
E, nesse contexto, é preciso avaliar não só matrículas nas universidades mas as condições de acessibilidade nas cidades como um todo, nas vias públicas, unidades de saúde, escolas e transporte público. Outro ponto importante é se esse grupo é atendido na rede básica em todas as suas necessidades. Não bastam criar programas pontuais que garantam alguns direitos, grupos minoritários têm que se sentir incluídos pela sociedade diariamente. E, nesse ponto, é preciso discutir importantes conceitos como preconceito, inclusão, respeito e cidadania.
Não tem sentido que no século 21, com a evolução da sociedade e a conquista de vários direitos, as pessoas sejam tratadas de modo diferente. A lei ratifica a igualdade entre as pessoas, mas é preciso vivenciar isso. ( FOLHA OPINIÃO folhaopiao@folhadelondrina.com.br página 2, sábado, 6 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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