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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O VÍRUS ZIKA E OS PLANOS DE SAÚDE



   A crise imposta ao Brasil pelo mosquito Aedes aegypti trouxe anteontem ao País a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (MS), Margaret Chan, mesmo dia em que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) convocava uma reunião extraordinária para discutir a mais recente ameaça que vem do mosquito, o vírus zika. 
   Para o encontro no Rio de Janeiro, foram convocados os integrantes do Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde (Cosaúde) para discutir as medidas de controle e enfrentamento do vírus zika e as ocorrências de microcefalia a ele relacionadas. Participaram da reunião 15 instituições, entre representantes de operadoras de planos de saúde, prestadores de serviços e órgãos de defesa do consumidor. 
   Um dos pontos mais importantes foi a criação de um grupo técnico específico para estudar a incorporação de exames para detecção do zika no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Detalhes nesse sentido já serão discutidos na próxima reunião do comitê, marcada para o início de março. Entre a visita de Margaret Chan e a reunião da ANS, desnecessário dizer que o último evento interfere mais na vida do brasileiro, já que o rol de procedimentos diz quais exames e tratamentos os planos de saúde devem pagar.
   O Aedes é agente transmissor da dengue, chikungunya e zika. Em se tratando do vírus zika, o Ministério da Saúde divulgou número que justificam a preocupação. O Brasil tem 583 notificações confirmadas para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita, dos quais 67 casos confirmados por critério laboratorial específico para o vírus zika. 
   As notificações ocorreram em 235 municípios, localizados nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Rondônia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de janeiro e Rio Grande do Sul. O teste-rápido para identificar a dengue faz parte do rol da ANS desde 2000 – o teste para chikungunya foi incluído recentemente. 
   Agora, diante da epidemia causada pelo zika, é urgente o debate sobre a inclusão de novos procedimentos na lista de coberturas dos planos de saúde. Normalmente, a lista é atualizada a cada dois anos, mas esses novos danos epidemiológicos devem justificar uma nova edição. Assim como informar os usuários sobre seus direitos junto às operadoras. Em se tratando do Aedes , a informação é a melhor forma de combate-lo. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br página 2, sexta-feira. 26 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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