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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

NOVOS POSICIONAMENTOS


   Com comportamento espontâneo e extremamente carismático, o papa Francisco chamou atenção do mundo e ganhou muitos simpatizantes. No entanto, as suas declarações mostram posições firmes que, até então, a Igreja se posicionava contrariamente. Ontem o papa admitiu que mulheres em tratamento contra o vírus da zika pode recorrer ao uso de contraceptivos. Segundo ele, o objetivo é evitar a disseminação do vírus. Ele, contudo, exclui o abordo do debate. “É um pecado absoluto”,, taxou. 
   A América do Sul é a região mais afetada pelo vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também é um vetor da dengue, febre amarela e da chikungunya. No Brasil já foram registrados milhares de casos; na Colômbia, estima-se em 31 mil. A zika tem sido ligada a casos de microcefalia em recém-nascidos, fator que tem levado autoridades a defender a liberação do aborto. 
   Essa, contudo, não foi a primeira declaração progressista de Francisco. Em outubro do ano passado, ele disse que a Igreja “não aponta o dedo para julgar os outros” e tem o dever de misericórdia. Ele não se referiu a nenhum grupo específico, mas foi interpretado como um sinal para as pessoas que vivem à margem das regras católicas: divorciados, homossexuais ou pessoas que vivem em uniões estáveis sem formalizar o casamento. É importante que a Igreja apresente certos posicionamentos porque demonstra que não está alheia à realidade enfrentada pela população.
   Com estilo simples e com linguagem mais fácil que se antecessor Bento 16, percebe-se que o Papa pretende se aproximar mais das pessoas. Fator de extrema importância, até mesmo porque no Brasil – um dos países com maior número de fiéis católicos – há um significativo aumentos dos evangélicos. Deve-se lembrar que não se trata de defender a queda de valores defendidos pela Igreja. No entanto, é fato que é preciso discutir certos conceitos até mesmo para acompanhar a evolução da sociedade. ( FOLHA OPINIÃO opiniao@folhadelondrina.com.br, página 2, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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