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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

FGTS E CRÉDITO CONSIGNADO


   Sem propor medidas consistentes que aqueçam a economia neste momento de crise econômica, o governo reiterou esta semana que vai propor ao Congresso Nacional que o trabalhador use o dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia em operações de crédito consignado. A proposta permite a utilização da multa rescisória (corte correspondentes a 40% do saldo acumulado no FGTS) e até 10% dos recursos depositados em sua conta como garantia para obtenção de empréstimos com descontos em folha de pagamento. 
   O governo sustenta que, dessa forma, a taxa de juro praticada ficará menor. Atualmente, a maioria dos trabalhadores que adere a essa modalidade é formada por aposentados e servidores públicos. Outro importante ponto é liberar esse dinheiro para o consumo, incentivando a economia, que praticamente está paralisada neste momento. A estimativa é que a iniciativa alavanque R$ 17 bilhões em novas operações de crédito. 
   A proposta chamou atenção de órgãos de defesa do consumidor, que avaliam que a proposta poderá aumentar o endividamento das famílias. Outra questão levantada são os financiamentos imobiliários. O FGTS é utilizado para execução de obras de habitação e saneamento e garante aos trabalhadores recursos para a aquisição do imóvel próprio. Certamente o saque de parte desse dinheiro reduzirá os recursos disponíveis para a construção civil, setor também bastante atingido pela crise econômica. Até mesmo porque o aumento do desemprego registrado nesse ano certamente vai impactar negativamente no saldo do FGTS em alguns anos. Com menos dinheiro, a construção será afetada. 
   Estimular o consumo é importante sustentou o crescimento do País por algum tempo. No entanto, esse modelo mostra-se esgotado, tanto que o resultado está sendo colhido agora. O governo tem que montar um plano mais consistente de estímulo à economia, com investimentos, geração de emprego e renda. O País precisa de um projeto sustentável de crescimento. (FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br, página 2, sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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