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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

E-LIXO RECOLHE 60 TONELADAS DE RESÍDUOS ELETRÔNICOS POR MÊS


      
   Os produtos recolhidos são analisados pela equipe da ONG que dá destinação correta a cada material
   
   ONG prepara calendário anual de colegas com o objetivo de fomentar o descarte 

   A ascensão do consumo de produtos eletrônicos provocou o aumento da geração de resíduos. A estimativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) é de que no mundo sejam produzidas 41 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano. As projeções do Pnuma é que este número atinja 50 milhões em 2017. 
   Apesar do volume gerado estar numa crescente, ainda são poucas as iniciativas para o descarte correto desse material. Segundo um relatório do Pnuma, divulgado em 2015, até 90% do lixo eletrônico mundial são jogados fora de forma irregular ou comercializado ilegalmente. 
   O relatório aponta que o Brasil só perde para os Estados Unidos em relação a produção de resíduo eletrônico. Em 2014, o brasileiro produziu 1,4 milhão de tonelada. Dos 10 países analisados pelo estudo, apenas Colômbia, Peru Brasil e Equador possuem marcos regulatórios para o descarte e tratamento adequado desses resíduos. 
   Em Londrina, desde 2008, a organização não governamental (ONG) E-Lixo realiza um trabalho de colega, reciclagem e descarte de produtos eletrônicos. Em média, a entidade recolhe em torno de 60 toneladas por mês. Em dezembro, uma ação na Câmara de Vereadores de Londrina resultou na coleta de, aproximadamente, 1,5 toneladas de lixo eletrônico em apenas quatro horas de atividades.
   A ONG recebe resíduos de mais de 90 municípios paranaenses e paulistas. A equipe trabalha com produtos das chamadas linha verde (celulares e telefonia) e linha branca (eletrodomésticos e eletrônicos). Assim que os produtos chegam, eles são analisados pela equipe. O que ainda está funcionando é colocado à venda ou doados para entidades beneficentes. O restante é desmontado, descartado, conforme o tipo de material, e comercializados em indústrias para o reaproveitamento dos itens como matéria-prima. As empresas têm grande interesse por plásticos e metais. “Hoje, só 6% do que recebemos vão realmente embora. O princípio da ONG é o reaproveitamento”, explicou Alex Gonçalves, diretor da organização. 
   Segundo ele, a população está mais consciente e tem procurado a E-Lixo para fazer o descarte correto dos produtos. Para facilitar a entrega dos eletrônicos e criar uma cultura de coleta, a ONG está organizando uma agenda de eventos para o ano todo. “Vamos fazer um cronograma para a população de programar sobre as coletas”, comentou. A intenção é realizar 150 ações este ano.
   A crise econômica vem provocando situações distintas na E-Lixo. A necessidade de economizar tem fomentado as vendas de produtos usados na loja da ONG. Mas, por outro lado, houve redução no volume de produtos recolhidos pela entidade. “As pessoas estão evitando trocar os produtos. Apesar de estarmos vivendo uma era do descarte de televisores de LCD, por exemplo”, disse Gonçalves. 
   A loja movimenta em torno de R$ 1 mil por dia em vendas. Antes de serem comercializados, produtos como monitores, gabinetes e notebooks passam por manutenção e a entidade dá garantia de qualidade. A loja é muito procurada por colecionadores à caça de antiguidades. É possível encontrar aparelhos de som, televisores, telefones, máquinas fotográficas e filmadoras. O serviço de recolhimento dos resíduos pode ser agendado pelo telefone (43) 3339-0475. A E-Lixo funciona na rua Ermelindo Leão , 385, no Parque Bom Retiro, na região central de Londrina. ( ALINE MACHADO PARODI, Reportagem Local, página 2, caderno Folha Cidades, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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