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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA E MOBILIDADE


   Nos próximos anos, crescerão os desafios para mobilidade urbana nas metrópoles internacionais. Até 2030, a estimativa é que a frota de carros em todo o mundo, deva crescer cerca de 3% ao ano. Além disso, 75% da população mundial vai morar em cidades até 2050. 
   No Brasil, a situação não é diferente. Segunda pesquisa do Projeto Sinal Livre realizada em 2014 em cidades como Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza, 47% dos entrevistados adotam o automóvel como principal meio de transporte, seguindo as tendências exteriores. A prioridade ao automóvel foi dada recentemente, visto que 38% dos participantes trocaram de transporte nos últimos cinco anos – destes 54% mudaram de transporte publico para o carro ou moto e 17% declararam ter passado a andar a pé. Esses números, por si só, exigem criativas soluções para a circulação de tantas pessoas dentro do próprio município. 
   Apesar da escolha por automóvel, muitos jovens têm optado por serviços de mobilidade compartilhados. Eles permitem que dividam carona ou mesmo o uso do mesmo carro, em horários estabelecidos pelos próprios interessados. Nos países da Europa, muitos fabricantes estão apostando nesta tendência com vistas a ampliar o número de vendas, principalmente entre clientes com idades de 18 a 34 anos. Em algumas cidades, também é notável o aumento de troca de informações sobre acidentes, obras, desvios e outros problemas de trânsito por meio das redes sociais. Esta é uma tendência que deverá ser maior num futuro próximo – não apenas no que diz respeito ao tráfego de automóveis, mas também para o transporte coletivo. 
   Os desafios são grandes e não basta apenas o uso compartilhado de um módulo de transporte público ou particular. Também são necessárias ferramentas modernas que contribuam para melhor gestão dos espaços e vagas em centros de compras, prédios comerciais e locais públicos. Os longos períodos de tempo presos no tráfego afetam a qualidade de vida dos motoristas e aumentam os riscos de acidentes em cidades de pequeno e grande porte. Dados da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP) indicam que tais acidentes geram, anualmente, um prejuízo de R4 40 bilhões aos cofres brasileiros. 
   Países que investiram em soluções para o trânsito, com Portugal, Espanha e Irlanda, conseguiram reduzir o número de acidentes em até 50%. Como instrumento, as mais recentes implementações tecnológicas são desenvolvidas para apoiar as iniciativas em prol de uma mobilidade urbana melhor e mais segura. Automatizadores para portões e pilares automáticos, além de soluções moderadas de parque-aumento, permitem a gestão do espaço público de forma atualizada, garantindo mais segurança a motoristas e pedestres.
   Entre as maiores tendências em mobilidade urbana, estão as leis que desestimulam o uso abusivo dos automóveis. Elas causam mudanças rápidas no consumo de transporte de diferentes modalidades. No Reino Unido, alterações na tributação dos carros de pessoas jurídicas levaram a uma diminuição significativa nas frotas de veículos corporativos. Criada nos anos 1990, a taxa de congestionamento estabelecida pelo governo de Londres deduziu em 18% o trânsito na cidade inglesa. 
   A combinação dessas tendências é que desenvolverão um tráfego melhor para toos os habitantes, principalmente se considerarmos aspectos como a segurança do usuário e até mesmo os impactos socioambientais. ( MARCO ANTÔNIO BARBOSA, especialista em segurança, página 2, ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 23 de fevereiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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