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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

VINTE VEZES MÃOS AO ALTO


     Fernando de Moraes, diretor da Móveis Brasília

   Acredite, ainda existem defensores do governo que negam a existência da crise. Para certo tipo de militante, a derrocada econômica do Brasil não passa de uma “invenção da mídia golpista”. Fico imaginando que essas pessoas não foram ao supermercado nem pagaram água e luz, IPVA ou gasolina nos últimos meses; não viram nenhum amigo perder emprego; não viram nenhuma empresa fechar as portas; não viram a expansão da única loja que cresce no país (a rede Aluga-se). Em suma, vivem em outro planeta, o planeta Dilma. 
   Quando um negócio funciona bem ou pelo menos consegue se salvar do naufrágio econômico, os defensores do PT não elogiam o empresário, preferem usar o bom exemplo para negar a existência da crise. Está cada vez mais difícil sobreviver no mercado pagando uma carga tributária pesadíssima para financiar um Estado em que a ineficiência e a corrupção disputam a primazia. Mas, além dos assaltos que vêm de cima, muitos empresários são agora obrigados agora a conviver com os assaltos que vêm de baixo.

   PROTESTO

   Em 2015, a rede de lojas Móveis Brasília, sediada em Londrina, foi assaltada pelo menos 20 vezes. Só no mês de dezembro, mês do indulto de Natal, foram oito roubos nas lojas do grupo na cidade e região. Os ladrões buscam principalmente telefones celulares e produtos eletrônicos.
   Encontrei o empresário Fernando de Moraes, diretor da empresa, na segunda semana de janeiro. De lá pra cá, houve mais dois assaltos. Um deles com momentos de forte tensão. “O prejuízo financeiro é grande, mas tememos que aconteça o pior”, diz Moraes. 
   As perdas com os assaltos não se limitam ao valor das mercadorias. O investimento em equipamentos e equipes de segurança torna-se cada vez mais elevado. A cada assalto, a renovação do seguro fica mais cara. Além disso, o clima de medo entre os funcionários acaba levando o grupo a perder bons profissionais. “Tivemos até um caso de sequestro no ano passado”, conta o diretor da rede, que possuiu 500 funcionários distribuídos em 31 pontos de venda. Moraes já cogitou fechar uma das lojas por causa da insegurança. “ Até uma faixa de protesto eu já havia feito, mas na última hora decidimos tentar mais um pouco”. 

   PLANEJAMENTO

  Para vencer a crise econômica, os empresários tiveram de fazer planejamento dos negócios. Para vencer a crise de segurança, o caminho é o mesmo. “Vamos unir as autoridades de segurança pública e as lideranças empresariais para elaborar um planejamento de segurança para o comércio de Londrina, afirma Fernando de Moraes, que também é diretor comercial da Acil. 
   Para deixar de ouvir “mãos ao alto”, é preciso colocar mãos à obra. (Coluna AVENIDA BRASIL, por PAULO BRIGUET. Fale com o colunista: avenidaparana@folhadelondrina.com.br, página 3, esapaço AVENIDA BRASIL, caderno Cidades, quinta-feira, 21 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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