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domingo, 10 de janeiro de 2016

DILMA APOSTA NA IMPOPULAR CPFM



   No final do ano passado, a presidente Dilma Rousseff avisou sues ministros e aliados que espera a aprovação da nova CPFM, no Congresso Nacional, até julho de 2016. O empenho de Dilma em implantar imediatamente o novo imposto ficou claro também esta semana, durante café da manhã com jornalistas, em Brasília. A presidente afirmo que aprovar a CPFM não é apenas uma questão de reequilíbrio fiscal, mas também de saúde pública. Segundo ela, parte dos recursos da CPFM irá para os estados e municípios e verba ajudará a resolver os problemas graves de saúde. As novas gerações desconhecem a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPFM), imposto que foi implanto pela primeira vez em 1993, pelo então presidente Itamar Franco, com o objetivo de cobrir gastos da União com a saúde. Extinta há oito anos, a CPFM chegou a ser chamada de “Imposto do cheque” – a forma mais comum de transação bancária na época. Nessa nova fase, o governo federal pretende cobrar uma alíquota de 0,2% sobre todas as transações bancárias de pessoas físicas e empresas. Não tem como fugir da “contribuição”. Por motivos evidentes, a medida é considerada bastante impopular. Mesmo assim, Dilma não abre mão de implantá-la. A presidente chegou a dizer que a CPFM é fundamental e não será para “gastar mais, mas para crescer mais”, veiculando o desenvolvimento econômico e a redução da inflação à aprovação da contribuição. Como é um imposto provisório, a proposta de Dilma é que a CPFM dure quatro anos, prazo que parece bastante longo já que a ideia é colocar a casa em dia. Anteriormente, essa contribuição foi prorrogada por quatro vezes, mostrando que os governos que a adotaram tornaram-se dependentes dela – certamente um grande risco. No encontro com jornalistas, Dilma passou a bola para o Congresso, sugerindo que ou eles aprovam a CPFM ou o país não se estabiliza economicamente em 2016. Portanto, a previsão é de brigas e trovoadas no Congresso e, independente do resultado, o cidadão já percebeu o inevitável: que a conta ficará para ele pagar. ( FOLHA OPINIÃO opinião@folhadelondrina.com.br, página 2, sábado, 9 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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