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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO NO SUS TERÁ MUDANÇAS EM 2016


   Brasília – O Calendário Nacional de Vacinação, adotado na rede pública de saúde, terá mudanças neste ano. As alterações abrangem seis vacinas já oferecidas no Sistema Único de Saúde (SUS), mas que passam a ter novas recomendações de intervalo entre as aplicações das doses , além de ampliação do público-alvo.
   As mudanças constam de informativos da área técnica do Ministério da Saúde enviado para secretarias de saúde de estados e municípios. As informações também foram divulgadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim).
   Uma das alterações ocorre com a vacina de hepatite B, que passa sgora a ser ofertada nas unidades de saúde para toda a população, incluindo idosos – antes esse grupo não recebia a vacinação.
   Segundo o documento do Programa Nacional de Imunizações, a ampliação ocorre devido ao aumento na expectativa de vida da população brasileira e das relações sexuais entre idosos, somada à resistência da parte desse grupo ao uso de preservativos, que poderiam evitar a doença. 
   Para as crianças até cinco anos incompletos, as mudanças ocorrem no tipo de produto e intervalo de aplicação das doses de quatro vacinas: a de poliomielite, a vacina pneumocócica 10 valente, a vacina contra a hepatite A e a meningogócica C. 
   A partir deste mês, a terceira dose da vacina contra a pólio passa a utilizar a vacina inativada, feita com vírus mortos, em vez da vacina oral, que é feita com vírus atenuados. 
   Já a vacina pneumocócica 10 valente, que protege contra pneumonia e outras doenças, passará a ser aplicada em duas doses e um reforço: uma aos dois meses do bebê e outra aos quatro meses, seguida de um reforço a partir dos 12 meses. Antes, o esquema previa três doses, sendo três delas no primeiro ano do bebê e um reforço no segundo ano. Crianças de 12 meses a quatro anos que não tiverem sido vacinadas devem receber uma dose única. 
   A mudança segue recomendação da Organização Mundial da Saúde. A presidente da SBim, Isabela Ballalai, diz que a alteração não deve trazer prejuízos, uma vez que a forte adesão à vacinação no País colabora para uma proteção conjunta da população. 

MUDANÇAS REFORÇAM PROTEÇÃO AOS BEBÊS

   Outra alteração ocorre para a vacina de hepatite A, que passa a ser indicada quando a criança completa 15 meses, podendo ser administrada até os 23 meses. Até então, a vacina, de dose única, era aplicada a partir dos 12 meses. 
   Segundo o documento, a mudança ocorre pela necessidade de reduzir o número de vacinas injetáveis administradas em ma mesma visita ao posto de saúde e o desconforto para as crianças. 
   Já a vacina meningocócica C tem a recomendação para a aplicação da primeira dose de reforço antecipada dos 15 meses para os 12 meses, podendo ocorrer até os quatro anos. A medida é uma forma de assegurar uma maior proteção contra a bactéria que causa a meningite, já no início do segundo ano do bebê. As duas primeiras doses da mesma vacina permanecem indicadas aos três e cinco meses. 
   Assim como em outros casos, crianças de até 12 meses a quatro anos que não tenham sido vacinadas também podem receber a proteção, por meio de uma dose única.
   “O mais importante é esta expansão até os quatro anos. Na prática, temos muitas crianças que não estão indo tomar a dose. A ideia é resgatar essas crianças que não tenham sido vacinadas”, afirma Ballalai. 
   O novo calendário também muda o esquema de vacinação contra o HPV, que antes previa três doses. Com a mudança, a vacina passa a ser aplicada em duas doses para meninas de 9 a 13 anos. A segunda dose ocorre seis meses após a primeira. 
   A alteração ocorre após a baixa adesão de adolescentes à segunda dose da vacina, o que fez com que o governo e associações de saúde tivessem que intensificar a campanha para atingir a meta até 80% do público alvo. 
   Para Isabela Ballalai, a redução de uma dose deve abrir o debate sobre a possibilidade de ofertar a vacina também para um grupo maior de pessoas que ainda não recebem a imunização, como meninos ou outras faixas etárias, o que aumentaria a proteção. (N.C.Folhapress) ( NATÁLIA CANCIAN – Folhapress, FOLHA SAÚDE, segunda-feira, 11 de janeiro de 2016, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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