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sábado, 12 de dezembro de 2015

NATAL É TEMPO DE GRATIDÃO!

   

   Cientistas têm descoberto que a gratidão é o traço emocional com maiores probabilidades de favorecer a saúde pública e a recuperação de um doente. Um coração agradecido tem a possibilidade de ser um coração saudável. Concluiu o pesquisador e professor universitário de psicologia Robert A. Emmons, depois de estudar o efeito da gratidão na superação do estresse e da hipertensão. Seus estudos comprovam que o ato de agradecer melhora o sono, diminui a ansiedade e depressão. Mesmo sendo tão benéfica, parece que a gratidão tem sido negligenciada e até esquecida por muitos. Talvez, por isso, a orientação tão direta de Benjamin Franklin: “Escreva suas mágoas em areia, sua gratidão em mármore”.
   O professor Antônio Nóvoa, da Universidade de Lisboa, citando o tratado de gratidão de São Tomás de Aquino em sua obra “Suma Teológica”, resume que podemos expressar três diferentes níveis de gratidão nos relacionamentos. O primeiro nível é racional, cognitivo, do reconhecimento por algo que foi feito, pelo presente, pelo benefício recebido, fazendo parte do hábito de uma pessoa reconhecidamente “bem-educada!. Isso acontece quando agradecemos ao caixa que nos atendeu no mercado. Em inglês usa-se a expressão thanks, ou em alemão, dank. O segundo nível é afetivo, do reconhecimento pela pessoa que fez, forneceu ou presenteou, quando não nos ligamos somente ao benefício, mas à pessoa promotora da graça. Um exemplo seria o agradecimento revestido de carinho de alguém reencontrando na vida adulta a professora que o alfabetizou. Em francês, usa-se a expressão merci, em espanhol gracias, ou em italiano grazie. O terceiro nível é o obrigacional, do reconhecimento de uma dívida de quem recebe o favor a quem o faz. Essa gratidão é a mais profunda de todas, pois vincula, engaja, “obriga” o beneficiário à pessoa que o beneficiou. Com esse comprometimento deveria agradecer o filho aos pais que sempre se dedicaram ao seu cuidado e carinho. Agradeceria com a obrigação do vínculo vitalício. A língua portuguesa conseguiu captar essa intensidade com a expressão “muito obrigado”, no sentido que “fico-lhe obrigado”, ou seja, “passo, a partir desse momento, a ser seu devedor”.
   Assim, quanto maior a intensidade da dedicação da parte de quem ofereceu o benefício, maior deveria ser a profundidade da gratidão do beneficiado. Pensando no extremo, nossa gratidão teria seu grau mais elevado caso alguém tivesse morrido no esforço de nos resgatar de um afogamento, ou incêndio, por exemplo. Não há´como não nos sentir devedores a uma pessoa que tenha se sacrificado para nos salvar. Ora, quando percebemos e reconhecemos que o Natal significa que Cristo deixou, espontaneamente, sua glória no céu para nascer entre nós e, porque nos amou tanto, morreu em nosso lugar para nos salvar,  temos motivos para viver eternamente dizendo para Deus: muito obrigado! Nossa gratidão por Cristo nos vincula ao seu coração, nos torna devedores de seguir suas palavras, nos engaja em imitar seu exemplo e seguir seus passos. Quem aprende a gratidão pelo maior sacrifício jamais deixará passar o pequeno benefício. Quando aprendemos a agradecer no nível mais profundo, jamais deixamos despercebidos  as pequenas situações de gratidão.
   Por isso, agradeça a Deus por Cristo, acima de tudo, e às pessoas em todo o tempo. Comece com palavras simples e prepare-se para os efeitos poderosos em sua saúde e em seus relacionamentos. Experimente. Afinal, não é a  felicidade que nos faz agradecidos, mas a gratidão que nos faz felizes. Só assim experimentamos o verdadeiro Natal. ( RODOFO MONTOSA, pastor da 1
Igreja Presbiteriana  Independente de Londrina, ESPAÇO ABERTO, página 2, sábado, 12 de dezembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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