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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

GERAÇÃO 'NEM, NEM, NEM' AGORA CORRE ATRÁS DE TRABALHO


Diminui fatia  de jovens que não  trabalham, nem estudam, nem busca vaga  

   Com desemprego em alta e renda perdendo fôlego no país, jovens têm de buscar emprego para ajudar em casa

   Com a economia estagnada e a piora do mercado de trabalho, a proporção de jovens “nem, nem, nem” (“nem estuda, nem trabalha, nem procura emprego”) encolheu pela primeira vez em cinco anos. 

   No ano passado, 6,8 milhões de jovens compunha o contingente  de “nem, nem, nem” no país, o que representava 13,9% das pessoas de 15 a 29 anos. No ano anterior, a proporção era de 15%, ou seja, 546 mil jovens a mais nessa situação, de acordo, com levantamento do IBGE. 
   Segundo Cíntia Simões Agostinho, pesquisadora do IBGE, o aumento da procura por emprego – e não o retorno ao estudo ou a conquista da vaga de trabalho – foi o responsá vel pela redução dos “nem, nem, nem” em 2014.
   Naércio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, diz que o desemprego começou a crescer no país no ano passado e e o avanço da renda perdeu fôlego (alta de apenas 0,8% , para R$ 1.774). 
   “Quando a renda dos pais aperta,  o jovem tem de começar a procurar emprego. Ele não consegue se sustentar mais só pela  renda dos pais. Ele precisa de de um emprego para compra o tênis”, diz. 
   Esses jovens, entretanto, encontram dificuldades para ingressar no mercado de trabalho. Primeiro, porque a oferta de vagas ficou mais escassa. Segundo, porque os “nem, nem, nem” são pouco qualificados. Um sinal disso é que mais da metade (58%) deles não tinha completado o ensino médio. 
   Claudio Dedecca, professor da Unicamp, afirma que, apesar da redução, uma parcela majoritária dos “nem, nem, nem” exerce uma função na estrutura familiar que impede uma mudança.


   GÊNERO

   Pelo fator sexo, 75% dos que não trabalham, não estudam, nem procuram emprego eram mulheres, das quais 62% tinham filho. Dos “nem, nem, nem” 91% se dedicavam a afazeres domésticos. 

   “Elas cumprem esse papel porque precisam, porque não há creche ou não existe alternativa”, disse o especialista. 
   Segundo a Organização Nacional do Trabalho, essa proporção de jovens que não trabalham nem estuda cresceu em 30 de 40 países analisados de 2007 a 2012. 
   Com a economia brasileira em recessão há três trimestres e a piora do mercado de trabalho, mais jovens tem procurado emprego  neste ano. No terceiro trimestre de 2015, a taxa de desemprego chegou a 8,9% no país.


   CANGURU

   Enquanto os “nem, nem,  nem” se concentra na parcela pobre da população outro fenômeno ocorre extremo social oposto: os “cangurus”, jovens adultos que adiam a saída da casa dos pais. 

   Uma em cada quatro pessoas de 25 a 34 anos no país ainda moravam com os pais, segundo o IBGE. Essa proporção cresceu de 21,2% em 2004 para 24,3% no ano passado. 
   Os jovens adultos cangurus em sua maioria formada por ho

mens  (59%), da região Sudeste (47%) e mais escolarizados  (34,9%) tinham ensino superior.
   GERAÇÃO ‘NEM NEM NEM ‘

   Cai proporção de jovens que não trabalham, não estudam nem procuram emprego

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