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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

PRAÇA BEM CUIDADA



  
   Iniciativa de construtora valoriza empreendimento e traz benefícios à população em geral; associação de moradores é responsável por manutenção do espaço

   Seguindo a legislação local referente ao parcelamento de solo – que prevê a doação de um terreno ao município em loteamentos em área acima de 20 mil metros quadrados – a Construtora Plaenge assumiu também as benfeitorias de área municipalizada, de aproximadamente 3.500 m2, no Alto da Palhano,  que se  transformou na Praça Pé Vermelho, localizada na Rua Jerusalém (entre as ruas Ernani Lacerda de Athayde e João Huss. “Foi uma forma de valorizar o nosso empreendimento e agilizar a construção da praça, que não teve nenhum custo para o município. Além disso, ampliamos a iluminação pública e investimos na abertura de algumas ruas e de galerias do entorno, facilitando o acesso para a população em geral”, destaca o gerente regional da Plaenge, Olavo Batista Jr., em Londrina.
   Concluída em 2006, a Praça Pé Vermelho atualmente atende diretamente os moradores de cinco empreendimentos da construtora localizados em sua proximidade, sendo que estão previstos mais quatro lançamentos. A ideia deu tão certo que a construtora está investindo na finalização de uma outra praça – a Praça dos Pioneiros -, e que terá até uma escultura em homenagem aos fotógrafos lambe-lambe de Londrina. “São projetos  dispendiosos, mas que valem muito a pena pelo seu custo-benefício dentro de uma perspectiva de crescimento sustentável”, avalia.
   Com o objetivo de possibilitar de forma permanente um espaço agradável além dos domínios privados dos condomínios, Batista destaca outro desafio: “É importante salientar que não basta apenas entregar a obra pronta, com a praça bem equipada e decorada. É preciso criar condições para tornar possível a manutenção contínua do espaço e, nesse sentido, tivemos a ideia de formar uma associação de moradores , a Associação Alto da Palhano, proposta que está dando certo, embora ainda passe por processo de amadurecimento”, conta Batista.

   ATITUDE DE CIDADANIA


   Moradora da região há três anos , a arquiteta Fernanda Jacob Costa Gadelha integra a associação de moradores e apoia a iniciativa. “ Acho muito interessante o envolvimento de todos para que esse espaço continue bonito e bem cuidado. A minha parte favorita é a área do pergolado, que faz  sombra e dá para ficar contemplando a paisagem, comenta. “Ainda não tenho filhos, mas os meus sobrinhos costumam frequentar esse espaço, que é um lugar bastante agradável.  Faz  diferença poder conviver com esse “pulmão verde” no meio dos prédios”, acrescenta.
   Com as despesas divididas entre os moradores de três condomínios, é possível custear um zelador e um vigia noturno para a praça. E, pensando no conforto dos frequentadores, até saquinhos plásticos são disponibilizados na praça para o recolhimento dos dejetos dos cachorros. “Tem pessoas de outras regiões que vem de carro trazer os cachorros para passear aqui e muitas noivas também costumam aproveitar o espaço como cenário para fotografias”, recorda. “ O nosso cuidado com o local tem três vertentes: manutenção, limpeza e segurança. É triste ver que isso não é realidade da maioria das praças da nossa cidade”, lamenta.
   Recentemente, para comemorar o Dia das Crianças, a associação organizou um evento beneficente na praço em prol da Ong Viver e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), com toda a renda das barracas de alimentação revertida para as entidades. “Foram organizadas várias brincadeiras de rua para as crianças e isso também ajuda a promover a união entre os moradores. Está sendo possível criar e cultivar esse vínculo e é legal que todos tenham noção da importância de colaborar para a conservação desse espaço.  Se  não cuidarmos, o local acaba ficando degradado”, afirma, lembrando que outros prédios da região também podem integrar a associação.

   ALÉM DA URBANIZAÇÃO BÁSICA


   De acordo com informações do Diretor de Loteamento, Ossamu Kaminagakura, da Companhia Municipal  de Trânsito e Urbanização (CMTU), a urbanização básica de espaços doados para uso público (como praças) ou institucional (como escola, creche e posto de saúde) é obrigatória no caso de parcelamento de solo que segue determinação da Lei Federal 6.766/79 e da Lei Municipal 11.672/2012 (que incrementou a  Lei Municipal 7.483/98). E elogia iniciativas como a que ocorreu na Praça Pé Vermelho, em que as benfeitorias foram além dos requisitos básicos. Segundo ele, o termo “contrapartida)se enquadraria melhor em projetos que exigem o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).
   “Vejo com bons olhos esse tipo de ação, pois é uma forma de desonerar o poder público. Além disso, tem o fato de estarem  cuidando do espaço, algo que considero possível por ser uma área nova, em que as pessoas parecem ter um ‘espírito diferenciado’, com mais consciência de que cada um deve fazer a sua parte.  No  Centro de Londrina, que é uma área mais antiga, as pessoas tendem a ser mais alheias e cobrar mais do poder público”.  afirma.
   Ao reconhecer as condições  precárias da maioria das praças de Londrina, ele ainda acrescenta: “Todos saem ganhando , inclusive o município, em não deixar aquele espaço ocioso.  É  complicado ver a situação das nossas praças e seria interessante que mais empreendedores tivessem essa visão”, referindo-se à dificuldade de viabilizar o projeto de adoção de praças na cidade, que foi relançado recentemente em um formato mais simplificado para atrair interessados em cuidar de  praça em troca do direito de divulgar no local a logomarca ou nome da empresa adotante, e que ainda não despertou o interesse do empresariado do município. (A.P.N).  (ANA PAULA NASCIMENTO – REPORTAGEM LOCAL,  FOLHA IMOBILIÁRIA , o classificado que dá certo, domingo 8 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

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