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sábado, 7 de novembro de 2015

LAUDATO SI'



    Louvado sejas meu Senhor  ( Laudato Si’)  é o nome da encíclica do papa  Francisco sobre a criação, o meio ambiente e a ecologia. “O amor move o sol e as demais estrelas”. (D. Alighiere). Com esta frase o papa nos  convoca a ver a criação inteira como uma manifestação do amor de Deus. Ele é o construtor de “nossa casa comum” a mãe a irmã terra.
   A encíclica dirige-se a “cada pessoa que habita neste planeta”.  (nº 3). Sim, a terra está oprimida, devastada, saqueada. A deterioração do ambiente é global, mas, “as coisas podem mudar” (nº 13). O papa crê na capacidade que a humanidade tem para mudar a realidade e salvar a criação.
   Ele convoca a todos para uma mudança radical. Mudar o estilo de vida, o modelo de produção, as estruturas de poder. O ser humano tem capacidade para isso, repete o papa. Chegou a hora de uma ”conversão ecológica global” (nº 5). Quem mais sofre e paga caro com a depredação das criaturas são os pobres.  A  grande esperança é que a encíclica colabore para uma nova solidariedade universal” (nº 14).
   O papa Francisco, cita o patriarca Bartolomeu que diz: “Precisamos nos arrepender do jeito que maltratamos a terra. Cada um deve reconhecer seus pecados contra a criação “ (nº 8).
   Quem impede as mudanças na ecologia são os poderosos e os desinteressados. O pontífice nos alerta sobre algumas atitudes equivocadas em relação ao meio ambiente. São elas: atitude negação do problema: atitude de indiferença; atitude acomodação, de resignação; atitude de confiança cega nas soluções  técnicas;  a atitude dos poderosos que recusam buscar soluções.
   Estamos diante de uma “destruição sem precedentes” (nº 24) e de uma “situação inédita na história da humanidade” (nº 12). A terra foi transformada num “depósito de lixo” (nº 21). A ordem do Criador e de cuidar do jardim, mas, deixamos de ser cuidadores para ser proprietários, dominadores, saqueadores, consumidores da criação. “A terra, geme e sofre dores de parto” ( Rm 8, 22). O solo, a água, o ar estão cheios de chagas, feridas e venenos. Não podemos esconder estes problemas debaixo do tapete.
   Devemos, diz o papa Francisco, reconhecer e apoiar todos os esforços feitos em favor da ecologia, mas é ainda muito pouco. “Deve haver a contribuição de cada um” (nº 19). O papa sugere apagar as luzes para não gastar energia; andar de bicicleta ou usar o transporte público; não desperdiçar a agua; fazer a reciclagem do lixo; não ter vários automóveis numa mesma família; oferecer carona aos colegas de trabalho, aos amigos e parentes; não jogar comida fora, plantar árvores.
   Como vemos, grandes e pequenos, poderosos e humildes, todos podemos colaborar em favor do meio ambiente. Há uma velocidade humana de destruição ambiental em contraste com a lentidão da natureza em se recuperar. Os poderes econômicos e políticos tentam mascarar e ocultar os problemas ecológicos. “O consumismo avança sem limites e a terra se torna mais cinzenta e limitada” (nº 34).
   A humanidade, porém, tem ainda capacidade de recomeçar na construção de nossa casa comum.
   Como é importante a reciclagem do lixo até para não morrermos contaminados pela dengue. Está crescendo no mundo a sensibilidade ecológica, mas temos um longo caminho a percorrer. É urgente fomentar o diálogo, e unir a todos para proteger a criação. ( DOM ORLANDO BRANDES, arcebispo de Londrina, página 2, ESPAÇO ABERTO, sábado, 7 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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