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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

INSUFICIÊNCIA RENAL. METADE DA POPULAÇÃO COM 75 ANOS OU MAIS É AFETADA



   Enfermidade acomete um em cada cinco homens e uma em cada quatro mulheres com idades entre 65 a 74 anos


Brasília – Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas, entre elas a de filtrar o sangue para eliminar substâncias nocivas ao organismo e a manutenção do equilíbrio de eletrólitos no corpo. Calcula-se que a doença renal crônica atinja 10% da população mundial, afetando pessoas de todas as idades, mas principalmente os idosos. A estimativa é que a enfermidade atinja um em cada cinco homens e uma em cada quatro mulheres com idades entre 65 a 74 anos, sendo que metade da população com 75 anos ou mais sofre algum grau da doença.
    A insuficiência renal pode ser aguda, quando ocorre súbita e rápida perda da função renal; ou crônica, quando a perda é lenta, progressiva e irreversível. A maioria das pessoas não apresenta sintomas graves até que a insuficiência renal esteja avançada. Porém, alguns sinais como falta de apetite, cansaço, palidez cutânea, inchaço nas pernas e tornozelos, aumento da pressão arterial, inchaço ao redor dos olhos, especialmente pela manhã, pele seca e irritada, alteração dos hábitos urinários, como urinar mais à noite e urina com sangue ou espumosa, podem ser considerados sinais de alerta.
   O policial aposentado, Sócrates Rosa, de 48 anos, sentiu alguns sintomas, mas quando foi diagnosticado já havia ocorrido a falência renal. “Estava na ativa, trabalhando como policial, e comecei a ter algumas intercorrências como sangramento nasal , aumento na pressão e dor de cabeça. Comecei a investigar e achei que era hipertensão arterial, mas eu já devia ter algum tipo de  perda no rim. Pouco depois tive uma falência renal. Passei 15 anos fazendo hemodiálise. Eu vivia em função da hemodiálise. Acordava para ir para a clínica e dormia pensando em voltar lá pela manhã. Não tinha tônus muscular, disposição. Não conseguia caminhar até o portão da minha casa. Se eu fosse da porta até o portão, precisava parar para descansar. Eu não vivia, eu sobrevivia”, conta Sócrates.
   O tratamento para problemas renais pode ser realizado por meio de dieta e medicamentos, indicados por profissionais da saúde, visando conservar a função do rins que já tem perda crônica e irreversível, tentando evitar, o máximo possível, o início da diálise – tratamento realizado para substituir algumas das funções dos rins, como retirar as toxinas e o excesso de água e sais minerais do organismo.
   Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que 100 mil pessoas fazem diálise no Brasil. Os números mostram ainda que 70% dos pacientes que fazem diálise descobrem a doença tardiamente, A taxa de mortalidade para quem enfrenta o tratamento é 15%;
   Outra forma de tratamento é o transplante renal. Neste tratamento o paciente tem que fazer uso de medicações que inibem a reação do organismo contra organismos estranhos para evitar a rejeição do “novo rim”.  O paciente necessita de acompanhamento médico contínuo.
   Foi o transplante que mudou a vida de Sócrates. Em dezembro de 2014, o policial fez o transplante de rim no Instituto do Coração do Distrito Federal, que tem parceria com o Sistema Único dessaúde (SUS). ”Eu nasci de novo neste dia 4 de dezembro. Foi um transplante muito bem assistido. Fiquei surpreso com o atendimento, fui muito bem tratado. Eu já tinha desistido de viver e o transplante me deu a vida de volta. Não sei nem o que dizer para a família que doou os órgãos.  O  sentimento de gratidão é tão grande, que falta palavras”, disse o policial aposentado. ( REPORTAGEM LOCAL, página 2, FOLHA CIDADES, quinta-feira, 26 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).  

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