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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A MODA COMO ELA É



   Em sete anos de grife, as criações da paranaense Paty  Oliveira estão em mais de 100 pontos de vendas no Brasil


   A história da designer de moda Paty Oliveira, de Apucarana, se encaixa em vários clichês fashions conhecidíssimos. Mas nem por isso ela é mais uma na multidão, pelo contrário. Suas peças têm aquele toque diferenciado que os criativos imprimem aonde quer que passem. Não por acaso ela mudou os rumos do enredo clássico: os pais tinham uma confecção e ela não encontrava por aqui o que gostaria de vestir.
   Pois bem, ela uniu infraestrutura industrial familiar com suas ideias e lançou a Stooge, uma das oito grifes paranaenses que se apresentaram dias atrás na primeira edição do ID Fashion Paraná , em Curitiba. Mas antes passou pelo curso de Design de Moda da Universidade Estadual de Londrina (UEL). “Foi um caminho natural, meio que não me via em outra profissão”, explica Paty, que desenvolveu todo o conceito da marca durante o processo do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
   “Tinha acabado de ir a um show do Iggy Pop e The Stooges em São Paulo ”, conta a designer sobre a escolha do nome da grife. A música permeia o cotidiano de Paty desde a adolescência,  quando teve uma banda ao lado de amigas. O jeito alternativo de se vestir já a acompanhava desde então. “Mas  naquela época era mais para o rock. Sempre gostei muito de caveiras, de me vestir diferente, de ter o cabelo diferente. E foi esse estilo que eu acabei colocando na marca meio por necessidade pessoal. Eu tinha necessidade de peças que só encontrava fora e então pensei por que não fazer? Optei por fazer aquilo de que encontrava,”
 “ Na minha época, e ainda é muito forte, o que tinha de diferenciado para quem gostava do estilo alternativo eram as camisetas de bandas. Mas a proposta da Stooge é oferecer outras opções para as pessoas que querem se  diferenciar por meio da vestimenta. Então a gente faz vestidos, calças de cintura alta. Peças para as meninas saírem superarrumadas,  mas ainda com estilo. Temos uma preocupação com modelagem e com as estampas, que são todas exclusivas”, conta. Quem faz as estampas, segundo a designer, são tatuadores convidados. “Gente que eu admiro o trabalho”, explica Paty, que perdeu  conta de quants tatuagens já fez
   Durante os três primeiros anos, a Stooge se estabeleceu dentro da empresa dos pais. “Eles  até aumentaram um pedacinho da empresa. Era como a segunda marca deles, até com o mesmo CNPJ. Eles sempre acreditaram muito no meu trabalho”, relata Paty. Depois de sete anos, outro motivo de orgulho familiar foi o primeiro desfile da história da marca. “Foram 80 marcas inscritas, 14 participantes do Living Lab, que era o local onde essas marcas fizeram exposição, e oito desfilaram, então 10% dos inscritos foram para o desfile”, diz. “O Sebrae que me incentivou a me inscrever, eles acreditam em nós como marca produtora de marca paranaense.”
   Jovem empreendedora, Paty já lançou a grife atrelada à uma loj virtual e agora se prepara para transformá-la também em um endereço de vendas internacional. Falta apenas finalizar a documentação necessária para a exportação. “As coleções já não seguem a sazonalidade de verão e inverno porque vendemos para o Brasil todo, a mesma coleção que vendemos  para o Sul também vai para io Nordeste”, conta a designer, antecipando que não precisará adequar suas criações para atravessar as fronteiras.
   “Futuramente penso em alolir o masculino e ficar só com o unissex, que homens e mulheres podem usar. Essa delimitação – de quem usa o que – foi a sociedade que inventou”, lembra Paty. “A gente deve usar o que quiser”, diz. Pelo portfólio da marca, já passaram coleções baby, kids e home, compartilhando o estilo para os pequenos e também para a casa. “Hoje 50% é feminino, 30% unissex e 20% masculino. Demos uma enxugada nas peças das coleções para ter mais coleções por ano”, avisa Paty. São quatro linhas criativas que saem de Apucarana e seguem para todo o País. “São mais de 100 pontos de venda, tem até no Amazonas”, orgulha-se.
   Em 2013, as peças da grife marcaram presença na FFWShop, a loja pop-up da São Paulo Fashion Week.  Também  participamos do Salão Bossa Nova, no Rio de janeiro”, conta. ( KARLA MATIDA – REPORTAGEM LOCAL, FOLHA GENTE, domingo, 8 de novembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).   

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