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terça-feira, 29 de setembro de 2015

TEMPOS VERBAIS


   Os verbos constituem um dos elementos mais importantes de qualquer língua. Por definição, são as palavras que expressam ação, estado ou processo. Na prática, são essenciais para a  construção de quase todo enunciado. É possível, sim, dizer algo sem usar um verbo, com uma frase, mas para informações mais elaboradas, fica complicado abrir mão dele. Aí, com a presença do verbo, a frase passa a ser chamada de oração ( ou frase verbal).
   Conjugar um verbo é fazer todas as flexões necessárias em cada caso, ou seja, indicar corretamente o tempo, o modo, a pessoa, etc. A boa notícia é que você, com certeza, já sabe fazer essas “modificações” em cada verbo. Afinal, você usa a língua portuguesa desde que começou a falar. O maior problema é quando entra em cena a teoria, com todos seus nomes e classificações, atrapalhando a vida de muita gente. Especificamente, os nomes de tempos verbais costumam causar muita confusão na cabeça de estudante e concurseiros.  Então, para facilitar sua vida, vamos tentar esclarecer um pouco essa questão.
   Primeiramente, quando você vê o nome de um tempo verbal, está lidando com três informações diferentes: o tempo, o aspecto e o modo verbal. Por exemplo: pretérito imperfeito do indicativo (pretérito é o tempo, imperfeito é o aspecto e indicativo é o modo). Então, vamos falar desses três elementos separadamente.
   O tempo é a informação mais básica, pois se refere a um conceito de fácil entendimento. Afinal de contas, não é difícil perceber se uma ação está no presente (eu estudo), no passado (eu estudei) ou no futuro ( eu estudarei). O único detalhe aqui é que a gramática  chama o passado de pretérito, que significa a mesma coisa.
   Em segundo lugar, temos o aspecto verbal: imperfeito, perfeito ou mais que perfeito. A “perfeição”, no caso, diz respeito à conclusão da ação descrita pelo verbo. Se essa ação foi terminada, concluída, ela é perfeita ( eu almocei, nós fizemos algo, ela cantou). Caso o fato tenha sido interrompido ou descontinuado, temos uma ação imperfeita ( eu almoçava, fazíamos, cantava ). Já o aspecto mais-que-perfeito se refere a uma ação concluída antes de outra, ou seja, quando algo já estava terminado. (você me ligou), outro fato já havia terminado antes ( eu já havia saído/saíra ).
   Agora já é possível juntas essas duas afirmações em alguns exemplos: ao dizer que você COMEU um chocolate, dá a ideia de que o ato de comer foi concluído no passado (pretérito perfeito). Por outro lado, se diz que COMIA chocolate, podemos deduzir que não faz mais isso, que o  hábito foi interrompido . É o pretérito imperfeito.
   Finalmente, temos os modos verbais, que são três no português: INDICATIVO, SUBJUNTIVO e  IMPERATIVO. O primeiro é usado para indicar realidade, certeza, como nos exemplos: eu trabalho, nós  fomos,  eles viajarão. Já o Subjuntivo é o modo da dúvida, da incerteza, das hipóteses: se eu pudesse, quando eu tiver algo, que eu possa. O imperativo é usado para dar ordens e fazer pedidos: abra a porta, não faça barulho.
   “Na prática, é só aplicar todos esses conceitos. Por exemplo, na frase “Espero que não chova”, temos dois verbos: o primeiro ESPERO, indica um fato no presente, (é o presente do indicativo), e  o segundo, CHOVA, é um desejo ( presente do subjuntivo). Em outra oração: “ Quando eu puder, comprarei o presente”, temos uma possibilidade futura, PUDER (futuro do subjuntivo) e uma certeza. COMPRAREI (futuro do presente do indicativo).
   Sentiu falta do aspecto nos exemplos acima? É que a noção de de ação concluída ou interrompida só pode ser aplicada ao passado. Então, só o pretérito pode ser perfeito ou imperfeito, como em “Enquanto eu ESTUDAVA (pretérito imperfeito do indicativo), o telefone TOCOU ( pretérito perfeito do indicativo)”.
   Vamos voltar a falar de verbos  em breve. Enquanto isso, mande suas dúvidas para nosso e-mail . Até a próxima terça! ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL. Encaminhe suas dúvidas ou sugestões para bemdito14@gmail.com página 5, FOLHA 2, espaço BEM DITO, terça-feira, 29 de setembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).


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