Páginas

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O QUINTAL DA CASA DOS MEUS AVÓS



      O quintal da casa dos meus avós foi palco de muitas aventuras em minha infância. Servia de terreno de escavação para a pequena exploradora que desejava encontrar diamantes; foi a estufa da jardineira que cultivava diversos tipos de flores e até o restaurante da melhor cozinheira do Brasil.
   O pequeno declive entre o corredor e o fundo da casa fez papel, por muitos anos, de uma rampa para grandiosas manobras de bicicleta. A avó, embora reticente, sempre auxiliava nas brincadeiras que eu inventava. O avô, sentado em sua habitual cadeira, na área, pedia: “vê se não risca o carro com essa bicicleta”.
   O tempo passou. Hoje, não sou mais a garotinha que gastava as tardes se divertindo naquele quintal. Mesmo assim, quando vou até lá, para sacudir os farelos da toalha da mesa, depois do costumeiro café da tarde, percebo que nada mudou. As mesmas pedras, os mesmos vasos de flor, os mesmos pés de chuchu, o mesmo forno a lenha. Entretanto, em mim, nada mais é o mesmo. Sou crescida. Tudo é diferente agora.
   Contudo, a criança que há dentro de mim jamais apagará da lembrança os fins de tarde acompanhados de sorrisos da avó e de leves broncas do avô. A pessoa que sou nunca se esquecerá do amor que existia nas entrelinhas das pequenas atitudes daqueles dois, que são os meus maiores exemplos. ( ANA CLARA DOS REIS TOMAELLI, aluna do terceiro ano do Ensino Médio em Bela Vista do Paraíso, página 3, FOLHA 2, espaço CRÔNICAS, quarta-feira, 9 de setembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA ).
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário