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sábado, 19 de setembro de 2015

O EXAME DE ORDEM




   É demagógica  e desprovida da mínima razoabilidade a defesa que alguns políticos querem fazer da extinção do Exame de Ordem, hoje exigido para a habilitação de advogados. Desnecessário historiar a existência do mesmo e as razões pelas quais ele foi instituído. Permanecem e até aumentaram as razões pelas quais é fundamental o Exame de Ordem para aferição da mínima capacidade de colocar em prática os ensinamentos obtidos nas faculdades cursadas. É sabido de todos que têm discernimento que não se exigir uma mínima aferição do conhecimento do bacharel em Direito que pretenda exercer a advocacia traria resultados catastróficos aos cidadãos que dele se recorressem. 
   Anote-se que o Brasil tem hoje mais faculdades de Direito do que o resto do mundo todo. Isso significa que há um “câncer” sendo gestado e suas consequências para os que dele forem vítimas serão nefastas. A solução para a questão dos muitos bacharéis em Direito que não conseguem se habilitar minimamente para o exercício da profissão é um preparo mais adequado nas faculdades que cursaram. 
   Uma análise muito mais criteriosa e com interesse único, na qualidade das escolas, é que deve ser aplicada pelas autoridades que permitem a abertura indiscriminada dessas faculdades cujo único escopo é auferir dinheiro para seus sócios.  Entre eles, diga-se, muitos políticos.
   É necessário que o povo do país seja informado de mais essa lastimável traquinagem que pretende levar a cabo, políticos inconsequentes e irresponsáveis. O Exame de \ordem, ao contrário do que  propaga a demagogia reinante, não é um exame que visa criar mercado cativo para os profissionais da advocacia. É sim um simples aferidor das mínimas condições de entendimento de modo a dar segurança a quem se socorre do advogado, de que o profissional tenha capacidade técnica para compreender e resolver a questão que lhe é posta. A eventual Extinção do Exame de Ordem causará muito mais mal à nação do que sua manutenção com as mínimas exigências como existe hoje. O que tem que ser feito é uma análise criteriosa e com interesse unicamente na formação  profissional dos estudantes de Direito. ( PAULO AFONSO MAGALHÃES NOLASCO, advogado e conselheiro da Subseção Londrina OAB, página 2, ESPAÇO ABERTO, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, quinta-feira, 17 de setembro de 2015).

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