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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

LAR, DOCE LAR!




   “Quem casa quer casa”, diz o velho ditado popular. É fato que quem casa quer seu canto pessoal seu espaço próprio, seu lugar para si mesmo. Isso é legítimo e aconselhável. Contudo, quem casa não quer só casa, mas algo mais, muito mais. Vamos chamar esse algo mais de lar. A casa é fundada em ferro e cimento, enquanto o lar no amor e respeito. A construção da casa é de tijolos e madeira, ao passo que o lar é de princípios e valores. As janelas da casa são de vidro, já as do lar são os olhos.  As  paredes da casa tem ouvidos por onde passam sons. Os ouvidos do lar têm paredes que cobrem com discrição. A casa é abrigo da chuva, calor e frio, enquanto o lar é abrigo do medo, da dor e da solidão. A casa protege dos barulhos de fora; o lar protege dos barulhos da alma. Na casa tem sofás, no lar tem colo. Na casa toma-se banho; no lar lava-se a alma. Na casa tem-se refeições; no lar tem-se comunhão. A casa é feita com dinheiro e o lar é feito com carinho. A casa pode ser comprada e vendida; o lar não se compra e jamais está à venda. A casa é uma espécie de embalagem, invólucro, acessório, o vagão do trem; já o lar é o conteúdo, a essência, o principal, a locomotiva do trem. A casa está restrita a um endereço fixo; já  lar não tem fronteiras. Enquanto a casa envelhece, o lar amadurece. A casa é material e concreto; o lar é gente e relacionamento. A casa tem seu estilo arquitetônico; o lar tem sua personalidade. A casa não tem vida própria, é mecânica, não se multiplica; o lar tem vida em si mesmo, é orgânico e se reproduz. A casa é edificada por profissionais, mas o lar é edificado por Deus, como diz as Escrituras: “ Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam " (Salmos 127.1). Isso mesmo, quando o Senho a edifica, a casa torna-se lar, Enquanto não se souber discernir essa diferença, não se saberá o que se perseguir como objetivo. Por isso, talvez, existem tantas mansões onde moram lares miseráveis ao mesmo tempo que muitos casebres abrigam lares verdadeiramente ricos. Mais que, “minha casa, minha vida”, precisamos de “meu lar, minha vida”. A casa só tem vida se for um lar, já o lar não precisa de casa para viver. Existem muitas casas, mas poucos lares. O desejável é que dentro de cada casa exista  um verdadeiro lar. “Lar, doce lar!” ( RODOLFO MONTOSA, pastor da 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina, página 2, ESPÇO ABERTO, quarta-feira, 30 de setembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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