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terça-feira, 15 de setembro de 2015

A VÍRGULA



   Em uma coluna anterior, vimos que os sinais de pontuação têm uma função muito importante.  Eles  são a maneira que temos de passar para a escrita algo que é típico da fala: a entonação. Isso é algo que fica claro quando pensamos, por exemplo, em uma pergunta. Aquela entonação típica no final da frase, indicando que esperamos uma resposta, é perfeitamente representada na escrita pelo ponto de interrogação.
   Nesse contexto, a vírgula representa uma pausa. Mas não é aquela pausa que você dá quando para e pensa no que vai dizer ( para isso temos as reticências), nem aquela “pausa” definitiva, quando você já terminou o que estava dizendo ( esse é o ponto final). É aquela pequena pausa, entre uma palavra e outra, que serve para separar melhor as ideias.
   É lógico que existem algumas regras para o uso da vírgula, e vamos falar das principais  mas uma das  maneiras mais práticas de não errar é simplesmente ler o texto em voz alta . Assim, você vai conseguir perceber onde é necessário colocar aquela indicação de pausa.  Se achar complicado nas primeiras vezes, dá para tentar uma outra estratégia: gravar a leitura do texto, ou pedir para alguém ler para você, e ouvir enquanto acompanha, para identificar os momentos em que uma vírgula cairia bem. Esse método, também ajuda a notar onde não colocar o sinal, afinal de contas, se não há pausa na leitura, não precisamos de vírgula.
   Quanto às regras, podemos resumi-las em alguns pontos básicos: 

   * Use a vírgula para separar elementos de uma enumeração, de uma lista (Comi verduras, legumes, frutas, arroz e carne). 

   * Também separamos com vírgula explicações no meio da frase. Essas explicações podem ser, por exemplo, um aposto ( Maria, minha prima, não veio hoje)  ou uma oração subordinada adjetiva explicativa, ( Maria, que estuda aqui, não veio hoje). 

   * Indicações de tempo, modo ou lugar também são separadas por vírgula quando vão no início da frase. Nesse caso, são consideradas adjuntos adverbiais ( No mês de dezembro, chove bastante. De um modo geral, isso é bom para a agricultura. Em Londrina, as chuvas são abundantes.). Aqui cabe uma observação: se a expressão que vai no começo da frase for curtinha, formada por uma palavra só, a vírgula passa a ser opcional (“Amanhã, tenho compromisso” ou “Amanhã tenho compromisso”). 

   * Orações independentes entre si podem ser separadas por vírgula ( Levantou-se, saiu em seguida) , desde que não haja nenhuma palavra fazendo esse serviço ( Levantou-se e saiu em seguida). Só para dar nome aos bois: no primeiro caso temos duas orações coordenadas  assindéticas, já no segundo, a conjunção E introduz uma oração coordenada sindética aditiva, fazendo o trabalho da vírgula.

   * Usa-se a vírgula antes de conjunções  adversativas, introduzindo orações coordenadas sindéticas adversativas. Não se assuste com os nomes, é mais fácil do que parece. Essas conjunções são palavras como MAS, PORÉM, CONTUDO, ETRETANTO, TODAVIA, ETC. ( Queria sair, mas não podia). 

    Você já deve ter aprendido que não se deve usar vírgula antes da palavra E, mas há um caso em que esse uso é necessário, quando depois do E temos uma oração com sujeito diferente da primeira ( João chegou na hora, e  Maria se atrasou).
   * A vírgula também pode ser usada ara indicar a  omissão de um termo, geralmente para evitar repetição ( Eu como arroz no almoço e, na janta, macarrão – note como foi omitido o verbo comer da segunda oração).
   Finalmente, tão importante quanto usar a vírgula no lugar certo é não usá-la quando é proibido. Aí o principal caso é entre sujeito e verbo, onde não se deve colocar o sinal de jeito nenhum (Minha mãe está trabalhando – nem pense colocar uma vírgula entre “mãe” e “está”.
   Ainda ficou com alguma dúvida? Mande par nosso e-mail. Até a próxima terça. ( FLAVIANO LOPES – PROFESSOR DE PRTUGUÊS E ESPANHOL –Encaminhe suas dúvidas para bemdito14@gmail.com  página 5, FOLHA 2, espaço BEM DITO, terça-feira, 15 de setembro de 2015, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). 

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