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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A CRISE E OS REFUGIADOS



       Segundo a exposição feita por Oswald Spengier, (1880-1936) em  sua obra O Declínio do Ocidente, o movimento da história é cíclico e ascendente, o que implica dizer que de tempos em tempos os fatos se repetem. Certamente não se repetem ipsis litteris, pois sendo também ascendentes sempre há algum suposto ganho. Nesta perspectiva, parece-nos que a Europa está próxima de fazer uso das palavras de São Jerônimo (347-420): “ A voz fica-me na garganta e e os soluços interrompem-me ao ditar estas palavras. Foi conquistada a cidade que conquistou o universo “. Essa foi a reação de São Jerônimo ao presenciar a invasão de Roma pelos bárbaros comandados por Alarico I (370-410).
   Os bárbaros de hoje poderiam ter outros nomes, inclusive serem chamados de refugiados, pois há  alguma semelhança entre estes dois grupos, sobretudo se levarmos em conta os motivos pelos quais se afastaram de suas terras.  É a luta pela sobrevivência, é a busca por dias melhores, é a esperança de acolhida, é a tentativa de fugir da crise, etc.
   Talvez o motivo de todo esse movimento esteja na crise. Trata-se de uma crise que se abate sobre muitos, não escolhendo nacionalidades nem condição social. Ela pode ser natural, social, econômica e política, entre outros fatores.  Catástrofes naturais atingem ricos e pobres, sábios e tolos. Guerras igualmente. Mas o importante não é a crise  mas sim o modo como uma nação ou uma pessoa reage diante da crise. Dizia Albert Einstein: “ não  pretendemos que as  coisas mudem se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise,  supera a si mesmo sem ficar “superado “. Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias violenta  seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que aflora o melhor de cada um . Falar de crise é promove-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo . Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer  lutar para superá-la !,
   A palavra crise tem ligação com a palavra crisol, a qual aprece na Bíblia uma única vez em Sabedoria 36. “ Deus examinou-os como ouro no crisol e os aceitou como holocausto perfeito “. Reflitamos sobre isso. (  JOSÉ ADIR LINS MACHADO, PROFESSOR DE Ética, Política e Sociedade no curso de  Ciências Contábeis da Unopar, página 2,  espaço ponto de vista, quinta-feira, 24 de setembro, publicação do JORNAL DE LONDRINA).        

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