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domingo, 6 de setembro de 2015

500 PALAVRAS PARA O LONDRIX



   Londrina apresenta uma clara vocação para sediar eventos culturais e acadêmicos. Em 2015, a cidade já foi palco do 35º Festival de Música, do 47º Festival Internacional de Londrina, o Filo; e prepara-se para a 11ª edição do Londrix , o Festival Literário de Londrina
   Os festivais sempre fizeram parte da história das civilizações. Na Grécia Antiga estima-se que existiam cerca de 300 festivais por ano, numa associação que ia do esporte para o teatro e d religião para a política. A helenista Maria Helena da Rocha Pereira relata que algumas guerras eram cessadas para que os festivais pudessem transcorrer calmamente.
   Nos dias de hoje, os festivais continuam sendo praticados em várias cidades com a diferença de que se encontram segmentados pela área artística de pertencimento. Enquanto no sec. 5 A.C., as dionísias urbanas celebravam a chegada da primavera com trilogias trágicas, dramas satíricos e cultos a Dionísio (deus do vinho), que se assemelhavam a festas juninas brasileira, os festivais atuais celebram a arte e tornam-se eventos não só para disseminar obras importantes – em alguns casos, premiar os artistas; em outros, educar os cidadãos e captar jovens talentos.
   Para se ter uma ideia, na Itália, o Osservatorio Italiano Festival Eventl  Culturali (oifec) registrou em 2013 a realização de 927 festivais nas áreas da cultura e ciência. O pesquisador e um dos proponentes do Oifec, Guido Guerzoni, estima que os festivais têm um impacto econômico enorme, pois envolvem várias atividades associadas : movimenta um amplo setor de negócios, gerando rendas para editoras, livrarias, restaurantes, hotéis, além de fomentar ainda a  criação de marca locais.
   Londrina não se destaca apenas por ser uma cidade universitária, referência no comércio e  na agropecuária, ela é uma terra de onde saíram e saem romancistas, poetas, dramaturgos e tradutores renomados. O festival literário acentua ainda mais esta inclinação para a produção das Letras, seja sendo palco para debates de ideias envolvido pela circulação de livros, seja por chamar a a tenção para o potencial da linguagem, ampliando para o público suas possibilidades de expressão. A arte liberta por sensibilizar as pessoas para o mundo e encorajá-las a ter voz.
   O Londrix deste ano concentra sua programação entre 8 e 13 de setembro, contará com personalidades literárias e artísticas de várias partes do país. Jards Macalé, João Carrascoza, Ana Paula Maia, Rubens Figueiredo, Rodrigo Garcia Lopes, Roberta Estrela D’Alva, Célia Musilli são alguns dos nomes que já confirmaram presença. Sua programação conta ainda com cafés e  assaltos literários, lançamentos de livros , peças de teatro, shows.
   O festival como na Antiguidade une pessoas e cria uma identidade coletiva, sem deixar de ser um evento com visível potencial econômico que chama cada vez mais a atenção para sua importância e necessidade. ( FREDERICO FERNANDES, professor de  Teoria da Literatura na UEL e um dos curadores do Londrix, página 2, espaço PONTO DE VISTA,  publicação do JORNAL DE LONDRINA ,  domingo, 6 de setembro de 2015).

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