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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

COMO CURAR O CORAÇÃO PARTIDO




   Sofrer por amor é um dos sentimentos mais primitivos da natureza humana.  Ao  contrário de outros animais, a concepção de existência do ser humano está estritamente ligada a ser cuidado, a nunca estar desamparado.
   “O enamoramento é uma situação em que isso vem com força. Quando nos envolvemos afetivamente, damos o que temos de melhor. Por isso, quando esse sentimento precioso é desprezado, dói.  A pessoa vai precisar de tempo para elaborar essa perda, equivalente a um “luto”, explica Carlos Kessier, professor da pós-graduação em psicanálise na Universidade Federal do Rio Grande do Sul ( UFRGS).
NÃO FALE
   Se um amigo vier encorajá-lo a desabafar sobre seus infortúnios, pense duas vezes: para o psicólogo americano Walter Mischel, da Universidade de Standford, na Califórnia, falar sobre um relacionamento fracassado não alivia a sensação ruim. Pelo contrário: pode fazer as pessoas se sentirem piores.  O ideal,  avalia ele, é distanciar o máximo possível de quem lhe causou dor e – acredite – tomar duas aspirinas. “Há uma base sólida de pesquisas para recomendar um analgésico. O auto-distanciamento  também é importante, pois propicia uma visão mais objetiva da realidade. A cada vez que a pessoa conta a experiência, seja para quem for, ela fica mais deprimida”, afirma o pesquisador.
   O conselho  “o tempo é o melhor remédio” não encontra respaldo na ciência.  É mesmo a distância que ajuda a superar o término de uma relação, segundo o especialista  em neurologia comportamental Antoine Bechara, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.
Seguindo em frente
   “Se as memórias ruins forem mais fortes, será mais fácil chegar ao seu objetivo de seguir em frente”, diz Bechara. Por isso, sugere ele, evite ir àquela praça onde trocaram o primeiro beijo ou à Igreja onde foi celebrado o casamento. Durante o relacionamento, os piores momentos são revelados em nome do amor, em um conceito chamado de cegueira emocional.
   “O termo explica atitudes que são julgadas como ruins por quem está de fora, mas não são perceptíveis pela pessoa envolvida”, aponta a psicanalista Tatiana Ades, pós-graduada em neuropsicologia e autora do livro Homens que Amam Demais, que aborda o amor patológico, o ciúme e a possessividade em relacionamentos abusivos. ( AGÊNCIA RBS, página 15, geral- COMPORTAMENTO, publicação do JORNAL DE LONDRINA, domingo, 9 de agosto de 2015)

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