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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A FLORESTA DOS SONHOS



   Acordei com uma estranha frase na cabeça “Estou perdido na floresta das sequoias”. E me lembrei de uma pergunta que fiz a meu pai quando tinha cinco anos. “Pai, qual é a maior árvore do mundo?” São as sequoias, disse Paulo. Árvores  imensas centenárias que cresciam nos Estados Unidos. Acho que me lembrei hoje das sequoias porque o Pedro outro dia me perguntou qual era o prédio mais alto do mundo. Se fosse na época da minha infância, a resposta seria fácil: Empire State Building, nos Estados unidos.
   Mas o Empire State Building não é mais o prédio mais alto do mundo. Essa posição agora é ocupada por um edifício em Dubai. Omo não sei o nome do prédio. Mencionei ao Pedro apenas a sua localização: Dubai, nos Emirados Árabes. Ao ouvir essa resposta, Pedro animou-se e arrematou: “Emirados Árabes? É onde o Valdívia vai jogar? O comentário demonstra que hoje o Pedro tem mais conhecimento de futebol do que eu -  e amanhã saberá muito mais de tudo.
   O Pedro agora deu de inventar sonhos. Antes de dormir ele fica narrando histórias de super-heróis para si mesmo, na esperança de sonhar com seus personagens prediletos. Há 40 anos, eu fazia exatamente a mesma coisa.
   Um dia, porém, eu não sonhei com super-heróis. Sonhei que estava perdido numa floresta de sequoias. Além delas, havia outras árvores, um pouco menores, mas igualmente centenárias. Essas árvores pareciam braços erguidos em súplica para o céu. Eu não sabia, mas eram as perobas de Londrina.
   E foi em Londrina, na terra das perobas suplicantes, que nasceu meu filho. E é em londrina, ainda perdido na floresta das sequóias, que eu peço a Deus para sonhar com meu pai todas as noites.( FONTE; PÁGINA 9, espaço DIA DE CRÔNICA –
Paulo Briguet briguet@jornaldelondrina.com.br  www.jornaldelondrina.com.br/blogs/comoperdãodapalavra   publicação do JORNAL DE LONDRINA, segu da-feira, 10 de agosto de 2015).

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