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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A CIDADE DEVERIA PLANTAR 4,3 MI DE ÁRVORES PARA NEUTRALIZAR POLUIÇÃO.



  Cálculo foi feito pela Sema, que destaca que cumprimento da lei determinando plantio de uma árvore por carro zero vendido é simbólico e não tem efeito punitivo.

   Londrina precisaria plantar 4,321 milhões de árvores para compensar todas as emissões de carbono provocada pela circulação da frota de veículos na cidade. O cálculo foi feito pela Secretaria Municipal do Ambiente (Sema), a pedido do JL, a partir da informação do Detran-PR de que em fevereiro de 2015 circulavam 360.086 veículos na cidade.
   A Sema tenta envolver as concessionárias de veículos novos  de Londrina no cumprimento da lei municipal que determina o plantio de uma árvore para cada carro novo vendido.  A secretaria ampliou por mais dez dias o prazo encerrado em 31 de julho para a apresentação, pelas concessionárias, dos relatórios sobre as vendas de veículos. O dado é necessário para determinar o número de árvores a serem plantadas em Londrina por concessionárias.
   Segundo a Sema, o plantio de uma árvore por veículo pelas concessionárias teria efeito simbólico e ajudaria a incentivar as questões ambientais na cidade. As mais de 4,3 milhões de árvores necessárias para neutralizar a circulação de todos os veículos de Londrina considera  o plantio de pelo menos 12 árvores por ano por carro. Neste caso, a conta foi feita como se cada carro andasse, em média, até 1 mil quilômetros ao mês. Outros cálculos consideram que o ideal seria o plantio de 20 árvores por carro, ao ano.
   Segundo a lei 10.766/2009, o plantio deve ser feito de setembro a março e comprovado pelas concessionárias até 1º de abril do ano seguinte. Se não o fizerem, serão multadas em R$ 200 por veículo.
   A lei só vale para veículos de passeio movidos a álcool ou gasolina. Entre Junho de 2014 e maio de 2015, Londrina ganhou 9.335 caros novos nas ruas – o que teoricamente levaria ao plantio do mesmo número de árvores. “A intenção não é punir  empresas pelo simples fato de que elas vendem carros. Até porque, a responsabilidade ambiental do motorista que adquire uma unidade também deve servir como reflexão e ser observada”, diz o agrônomo da Sema, Paulo Guilherme.
   Um estudo de 2010, publicado na Revista Franco-Brasileira de Geografia pelas pesquisadoras Mirian Vizintim Fernandes e Cristina Kleba Lisboa, da UEL, tenta medir o impacto de várias atividades na qualidade de vida da cidade. No documento, as autoras apontam que cada litro de combustível fóssil consumido libera 2,3 kg de CO2 (dióxido de carbono). A partir dos dados da pesquisa. A frota atual de Londrina estaria, hipoteticamente, despejando 828.197,8 kg de CO2 nas ruas. As pesquisadoras ressaltam que o poder público deveria  implementar esforços para medir a qualidade do ar no Município, abordagem  hoje inexistente. ( MARCELO FRAZAO 

-  marcelof@jornaldelondrina.com.br, página 9 , Geral, MEIO AMBIENTE, publicação do JORNAL DE LONDRINA, quarta-feira, 5 de agosto de 2015). 

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