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domingo, 26 de julho de 2015

PROTEÇÃO À INFÂNCIA E À ADOLESCÊNCIA



   Até 2020 cerca de 142 milhões de meninas com menos de 18 anos estarão casadas, segundo estimativas das Organizações das Nações Unidas (ONU). O número extremamente alto, principalmente  para famílias que não enfrentam essa realidade, joga uma luz sobre um problema existente também no Brasil, mas que que a sociedade não costuma discutir. Resquícios de uma cultura machista, violência familiar ou simplesmente falta de oportunidades favorecem a situação.
   Em 2010, ano do último censo realizado pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram detectadas 88.558 casamentos ou união consensual que envolviam pessoas com idade entre 18 e 14 anos. Em 2000, eram 75.580 menores nessa situação. Além disso o número de meninas casadas antes dos 15 anos é bem superior ao de meninos: 65.709 contra 22.849 , registrados em 2010.
   Esse tipo de estatística tem de servir como alerta para toda a sociedade. Essa parcela da população tem que ser protegida por meio de políticas públicas claras e assertivas. A partir do momento em que forem oferecidas outras alternativas,  como uma educação de qualidade e capacitação profissional, atividades esportivas, culturais e de lazer e forem desenvolvidas políticas de saúde que informem os riscos e os desafios de uma maternidade ou paternidade precoce, o cenário pode ser modificado. A informação é a melhor arma para combater o problema porque pode começar a romper um ciclo vivido por várias gerações. 
   Além disso, está entre as políticas internacionais,  defendida pela ONU, a proteção da infância e da juventude. O Brasil é signatário de todas elas e é preciso começar a cumprir esses acordos. A sociedade também não deve ser condizente e aceitar essas uniões como “algo natural”, As famílias devem ser orientadas a dialogar com seus filhos. A experiência dos adultos pode ajudar esses adolescentes a entender melhor as mudanças que estão passando e a definir o seu futuro.( Página 2, FOLHA OPINIÃO  opiniaofolhadelondrina.com.br  publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, domingo, 26 de julho de 2015).

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