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terça-feira, 21 de julho de 2015

INTESTINO SÃO , MENTE SÃ




Você sabia que esse órgão do sistema digestivo está ligado diretamente com as emoções? Cuide dele e mantenha o bom funcionamento da saúde física e mental.

   Imagine que você está perto daquela reunião onde vai apresentar um projeto importante para a chefia da empresa e, subitamente, surge uma dor de barriga. Você não comeu nada estragado, nem caiu na esbórnia na noite anterior. É tudo culpa da ansiedade e do estresse. Já passou por situação parecida? Isso acontece porque o intestino está diretamente conectado ao cérebro. Ou seja, quando passamos por situações desafiadoras, que abalam o emocional, o trânsito intestinal pode ser afetado. O contrário também acontece, causando crises de ansiedade, mau humor e até depressão. “ “Existem milhões de conexões nervosas que comunicam diretamente esses dois grandes órgãos por meio do nervo vago (a estrutura vai do crânio até o sistema digestivo e controla os movimentos peristálticos”), explica Filippo Pedrinola, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e e Metabologia (Sbem).
   Mais: o intestino conta com mais de 100 mil células nervosas, conhecido como sistema nervoso entérico. Como acontece no cérebro dentro do crânio , o “cérebro” entérico produz mensageiros químicos que interferem no humor, como a serotonina (cerca de 95% do neurotransmissor são fabricados e armazenados no órgão), a dopamina e vários opioides que modulam a dor. São por esses motivos que o intestino  é considerado nosso segundo cérebro.  Portanto, você precisa vigiar de perto se ele está funcionando bem – não só ao que ele pões para fora, mas também o que vai produzir dentro do corpo.

POR DENTRO DO TUBO

   O intestino humano tem por volta de 8 a 9 metros de comprimento e abriga cerca de 100 milhões de bactérias , dez vezes mais que o número de células do corpo. Essa população bacteriana, chamada de microbiota, pesa cerca de 2 kg e possui múltiplas funções, desde a absorção de nutrientes e energia até a liberação de substâncias químicas como a serotonina. Para que tudo esteja regulado, o número de bactérias boas deve se  sobrepor ao das ruins. Assim, haverá uma espécie de barreira protetora entre o intestino e o restante do organismo, evitando que micro-organismos caiam na corrente sanguínea.
   Evidência científicas mostram que, quando esse escudo falha, fungo, vírus  e/ou toxinas podem penetrar o intestino e desencadear um processo inflamatório silencioso. “O órgão representa  aproximadamente 70% do nosso sistema imunológico , e se acontece um desequilíbrio de barreira, há uma hiperativação da imunidade. Essa inflamação silenciosa  é uma das principais  causas do envelhecimento, que pode acarretar alguns tipos de doença s como artrite e até Alzheimer “, explica Pedrinola.

AS INVESTIGAÇÕES DA CIÊNCIA

   A gastroenterologista alemã Giulia Enders , autora do livro O Discreto Charme do Intestino  (Ed. Martins Fontes, 288 págs,), ressalta que o cérebro fica em um local isolado dentro do corpo. Por causa dessa distância,  ele precisa saber o que acontece com o restante do organismo por meio de mensageiros. Como o intestino tem informações relevantes sobre nossa nutrição, saúde e emoções, ele é o grande eleito para fazer essa comunicação. Partindo desse pressuposto, pesquisadores da Universidade de McMaster (Canadá) alimentaram dois grupos de camundongos com dois  tipos de sopa: uma rica em bactérias do intestino chamadas Lactobacillus rhamnosuse outra sem o micro-organismo.m
   Nos animais que foram alimentados com a primeira sopa, com os micro-organismos , os pesquisadores observaram uma alteração no comportamento – os ratos ficaram menos ansiosos do que os do outro grupo. A conclusão foi que as bactérias baixam o nível dos hormônios do estresse e aumenta o número de receptores  cerebrais do mensageiro químico Gaba (inibidor de impulsos no sistema nervoso, age como tranquilizante). Os testes já estão sendo feitos em seres humanos.

   O PREÇO DO DESEQUILÍBRIO

   Disbiose. Este p o nome que se dá quando o intestino não vai bem, por causa da flora intestinal desregulada.  As bactéria ruins chamadas de patogênicas, tomam conta do espaço e fazem uma verdadeira bagunça, podendo levar a doenças como diarréias, alergias, obstinação, alterações de humor e inflamação na parede do órgão (síndrome do cólon irritável). Só lembrando que, de acordo com o endocrinologista Filippo Pedrinola, os sentimentos e as emoções também interferem no bom funcionamento intestinal, e se estão descompensados, causam os mesmos sintomas. Porém, não agem diretamente na população bacteriana.
   ALIMENTOS ALIADOS
   Seu intestino e a microbiota agradecem cada vez que você ingere água e nutrientes que favorecem a preservação das boas bactérias. Dar preferência aos  carboidratos integrais é essencial: eles são ricos em fibras, que estimulam os movimentos peristálticos, aumentam o bolo fecal e, assim, colaboram com a flora. Por isso, evite alimentos refinados, como pães e massas brancas, doces, biscoitos e outros tipo de comidas  açucaradas. Opte pela gordura do bem, como os óleos vegetais, os peixes e as castanhas, e fique longe das saturadas, encontradas em frituras, carnes gordas e queijos amarelos.
   Estudo publicado no British Journal of Sports Medicine concluiu que iogurte e bebidas fermentadas fortalecem o sistema imunológico. Os pesquisadores constataram que a presença dos probióticos  do tipo Lactobacillus casei (veja algumas sugestões disponíveis na reportagem Os 101 Melhores Alimentos para o Homem, pág 61, além de recompor a flora e melhorar o trânsito intestinal, estimula as células de defesa do organismo. Frutas, grãos, legume e verduras complementa o cardápio ideal.
   A MALHAÇÃO QUE FAZ BEM

   De acordo com pesquisa de Roberto Carlos Burini, professor do Departamento de Saúde Pública da Universidade Estadual Paulista (Unesp), os exercícios de intensidade leve e moderada previrem alguns transtornos do trato gastrointestinal e podem ajudar o trânsito digestivo. Esses movimentos estimulam o peristaltismo ( habilidade de contração e relaxamento do intestino) e, com isso, evitam a constipação. O mesmo acontece com os exercícios aeróbicos, como a caminhada, a corrida, a natação e o pedal.
   Um alerta é geral para quem pratica atividades em ritmo forte: “O exercício intenso desvia o fluxo sanguíneo dos intestinos para músculos, pele e cérebro. Com isso, pode haver isquemia intestinal com sangramentos fecais e doença inflamatória no órgão”, alerta Burini. Fique de olho, pois o problema pode aparecer se avisos, em um intestino saudável e sem patologias anteriores. ( FONTE; REVISTA MEN'S HEALTH , nº 111 julho 2015, páginas 40, 41 e 42).

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