Páginas

quarta-feira, 3 de junho de 2015

OS DEMONSTRATIVOS


   Hoje vamos tratar de uma classe de palavras que costuma gerar dúvidas: os pronomes demonstrativos. No caso, são palavrinhas bastante conhecidas, mas cujas regras de uso podem confundir.
   Inicialmente, podemos dividir os demonstrativos em três “famílias”, baseados nas três pessoas do discurso:
   * 1ª pessoa:  este, esta, estes, estas e isto.  
   * 2ª pessoa  : esse, ehssa, esses, essas e isso.  
   * 3ª pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo.
   O uso mais básico dos pronomes demonstrativos, de onde, aliás, vem seu nome, é para situar alguma coisa no espaço, ou seja, para mostrar (ou demonstrar) onde está algo. Nesse caso, tudo vai depender de quem está falando ( ou escrevendo):
   Se o objeto a que nos referimos está perto do falante, deve-se usar a 1º pessoa. Por exemplo, se alguém diz “esta caneta está falhando”, significa que a caneta está perto da pessoa ou, então que se trata da caneta mais próxima dela ( mesmo que haja outras canetas no mesmo ambiente). Caso a caneta esteja mais perto do ouvinte, do interlocutor, usa-se a 2ª pessoa ( “essa caneta está falhando”). Finalmente, caso o objeto esteja distante dos dois, o correto é usar a 3ª pessoa ( “aquela caneta”).
   Uma dica bem simples é associar os demonstrativos com alguns advérbios de lugar: “esta caneta aqui “ , “essa caneta aí” e “aquela caneta lá”. Mas não é necessário usar essas palavras na frase, já que, pela regra, “esta” só pode estar aqui, perto de mim, e assim por diante.
   Outra função importante dos demonstrativos é para situar algo no tempo. Nesse caso, usam os a 1ª pessoa para indicar tempo presente, a 2ª para passado ou futuro próximo e a 3ª para passado ou futuro distante. Por exemplo: “este ano” só  pode ser 2015 (presente),
assim como “este mês” é junho,  “esta semana” é a atual, “esta noite” é a noite de hoje , etc. Por outro lado, “esse ano”pode estar fazendo referência 2014, 2013 quanto a 2016, 2017 ( a ideia  do que é “próximo” nesse caso pode variar). Já “aquele ano” diz respeito a algo bem mais distante, uma década ou mais.
   Finalmente. Há uma última regrinha a se destacar: quando utilizados em um texto, usamos os demonstrativos de 1ª pessoa para mencionar algo que vai ser citado e os de 2ª pessoa para o que já citamos,  assim: “O problema é este: estou sem dinheiro” ou “Estou sem dinheiro, esse é  o problema”. Percebeu a diferença? No primeiro caso, o problema foi especificado depois, enquanto que no segundo  ele já havia sido mencionado antes.
   Ainda dentro do texto, é possível usar os demonstrativos para fazer referência  a termos já citados. Nesse caso, (notou que usei “esse”?), utilizamos a 1ª pessoa para o termo citado por último  e a 3ª pessoa  para o que foi citado primeiro. Fica fácil de entender no exemplo: “Londrina e Maringá são cidades paranaenses, mas aquela é maior que esta.  Aqui, não é preciso ser paranaense para entender que cidade é, de fato, maior.
   Há mais alguns detalhes a respeito dos demonstrativos, que abordaremos em outra coluna, como, por exemplo, outras palavras que podem também funcionar como demonstrativos, mas pelo menos você já pode evitar alguns errinhos simples.
   Se ainda tiver alguma dúvida a respeito, mande para nosso e-mail 
 (bemdito14gmail.com). O assunto de hoje, aliás, foi sugestão de um colega, o professor Alessandro, mostrando que não é só estudante que tem suas dúvidas de vez em quando. Até a próxima. (FLAVIANO LOPES- PROFESSOR DE PORTUGUÊS E ESPANHOL, coluna BEM DITO , página 5, FOLHA2, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, terça-feira, 2 de junho de 2015).

Nenhum comentário:

Postar um comentário