Páginas

quinta-feira, 21 de maio de 2015

REDES SOCIAIS; BENEFÍCIOS SÃO MAIORES QUE OS PREJUÍZOS?



   Nossa vida tem passado por grandes  transformações. E, em quase todas elas, a evolução tecnológica se fez presente, às vezes, até demais.
   Aquela diferença entre nós e os animais de que tínhamos a liberdade de pensar, de agir, de se expressar e conduzir nossas vidas, agora virou dúvida. Parece que estamos prestes a  nos juntar aos animais sendo conduzidos por sistemas avançado s de software.
   Temos tecnologia para tudo: para nos acordar; para preparar nosso café da manhã; para nos avisar qual o melhor caminho de casa ao trabalho;  para nos livrar do trânsito intenso;  para nos informar a previsão do tempo; para nos avisar que é hora  de tomarmos o remédio; para nos avisar de quanto temos de caminhar ainda no dia para perdermos as calorias e nos mantermos saudáveis; temos carros que estacionam sozinhos. Somos conduzidos por senhas e avisos eletrônicos. Robôs nos entregam jornais. Isso só para citar as pequenas coisas da vida.
  Se analisarmos a evolução na estrutura social, na economia, na ciência e na cultura então ficaríamos aqui horas dando exemplos.
   Quando optei por trabalhar em uma multinacional, que era um sonho, meus amigos me diziam: “ Tome cuidado, lá você vai ser conhecidos pelo número de seu crachá e não pelo nome”.
   A vida está caminhando para isso. Será que já não somos conhecidos por um número? No Brasil haverá uma  mudança grande nos documentos, teremos apenas um com um só  número.
   Não conhecemos os próprios vizinhos. Pedimos alimentação pela internet. Não conversamos com as pessoas. Usamos outros nomes na rede social. Não temos amigos, temos parceiros internautas. Nossos livros estão hoje no tablet e não nas estantes. Nossos alunos não fazem mais as tarefas, o computador faz por eles. E o mais grave: deixamos de pensar. Perdemos o prazer e a vontade de poder de que tanto Nietzche falava.
   Nossa vida está sendo engolida por grandes ondas da evolução da tecnologia.
   Houve melhoras sim, seria até certo ponto nostálgico de minha parte dizer o contrário. Mas é uma reflexão que devemos fazer todos os dias.
   Meus filhos ganhavam de presente alguns robozinhos que eram conduzidos por dois ou três botões. Não estamos longe de nos transformarmos em verdadeiros robôs conduzidos por algum tipo de software.
   As redes sociais, como parte importante da evolução tecnológica, têm contribuído e ao mesmo tempo trazido preocupações para a nossa geração. De um lado, contribuem e muito para o afastamento das pessoas, dos relacionamentos afetivos, que são a base de toda uma cultura que as nações têm buscado para uma convivência harmoniosa entre os povos.
   De outro lado, contribuem de forma significativa  para a evolução da educação, não mais do ponto de vista instrutivo amarrado em métodos de ensino desenvolvidos internamente por governos e ultrapassados, e sim vêm facilitando a comunicação e a busca do conhecimento sem uma regra preestabelecida.  O próprio estudante busca de que maneira quer aprender e o que aprender. Ele escolhe os caminhos.
   O grande desafio das próximas gerações será saber colocar na balança esses dois lados e fazer com que as redes sociais não se transformem de um objeto de facilidade na busca de novos conhecimentos em arma perigosa contra a sobrevivência da humanidade. ( Texto escrito por JÚLIO  CÉSAR PANEGUINI CORRÊA, administrador de empresas em Santo Antonio da Platina, página 2, ESPAÇO ABERTO, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA, segunda-feira, 16 de maio de 2015).

Nenhum comentário:

Postar um comentário