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sexta-feira, 24 de abril de 2015

HOMENS - LIVROS



   O romance de ficção científica “Fahrenheit 451”, de  Ray Bradbury, apresenta uma sociedade totalitária em que os livros são proibidos. Mas nem todos aceitam a proibição. Algumas pessoas criam uma poderosa forma de resistência: decoram (isto é, guardam no coração e na memória) os livros mais importantes e refugiam-se em comunidades isoladas. São os homens-livros
   Em nosso tempo não é mais necessário proibir livros. Elas já deixam de ser  lidos pela maioria das pessoas, em conseqüência do esmagador baixo nível educacional. Mas, felizmente, nós também contamos com os homens-livros. São eles que preservam a cultura brasileira da aniquilação completa.
   O mais importante homem-livro de nosso tempo se chama Olavo de Carvalho. Filósofo, jornalista, professor e escritor, Olavo previu com estarrecedora exatidão a decadência espiritual da sociedade brasileira. Seus livros e aulas – um deles chamado “O Jardim das Aflições” – faz um panorama da devastação coletiva que ainda chamamos de país.
   Mas Olavo não é o único em Cuba, há um homem-livro chamado Leonardo Padura, autor do romance “O homem que amava os cachorros”, que leio com profundo assombro. Aqui no Brasil, temos o crítico literário Rodrigo Gurget, o padre Paulo Ricardo, o economista Rodrigo Constantino; os escritores Diogo Mainardi, Cora Rónai, Nilson Monteiro e  Domingos Pellegrini; os jornalistas Reinaldo Azevedo, Guilherme Fiúza, Rachel Sheherazade; o professor Carlos Nadalim;  o escritor e cientista político Bruno Garschagem; a educadora Camile Abadie, os brilhantes jovens Flávio Morgenstern, Bruna Luíza e Kim Kataguiri.Os exemplos são inúmeros, não cabem nesta crônica.
   Homens-livros incomodam. Por isso, é comum que sofram ameaças e campanhas persecutórias. Assim está acontecendo com o jornalista James Alberti, nosso homem-livro estadual,  que atuou na premiada série de reportagens Diários Secretos, da RPC/Gazeta do Povo, e agora batalha pela investigação de crimes no Paraná. A ele, todo nosso apoio e solidariedade
   Monteiro Lobato dizia que um país se faz com homens e livros . Hoje, mais do que nunca, o nosso país precisa de algo mais: homens-livros. ( Texro escrito por PAULO BIRGUET, página 12, espaço Dia de Crônica Paulo Briguet  briguet@jornaldelondrina.com.br  www.jornaldelondrina.com.br/blogs/comoperdaodapalavra  publicação do JORNAL DE LONDRINA, sexta-feira, 24 de abril de 2015).

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