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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Passando por aqui



Como o pêndulo de um relógio no seu vaivém  e tique-taque,  minhas lembranças divididas parecem brincar na gangorra rítmica do tempo.  A vontade de registrá-las parece conflitar com a presente sensação.  Passar no filtro do tempo , estampar na tela da memória situações de um passado vivido  por mim, as quais têm seu peso e valor só para mim , causa-me dificuldades. Uma é a fiel exposição dos fatos e a  outra é encontrar palavras com carga suficiente e,  mais uma de outras tantas,  é o receio da vulgaridade.  Ser original e autêntico  se faz  necessário e é meu intento, mas   nem  tudo deve ser dito , porque em nada acrescentaria,  somente acumularia os já tão conhecidos “ ensaios e erros”. Não é a preocupação com análise posterior,  não,  apenas um franzir de sobrancelhas;  quiçá  alguma semelhança como pano de fundo na trama do enredo.  No frigir dos ovos é tudo mais ou menos igual:  nascemos, crescemos – alguns – e morremos.  No palco deste teatro que é a vida, cada um é o autor e ator protagonista  de sua história-única. E o que mais me fascina é saber que não foi necessário curso de arte cênica, intuitivamente representamos  nosso(a) personagem  magistralmente, com desenvoltura e bossa próprias. Por analogia, para escrever o que pretendo é preciso retroceder no tempo. E percorrer caminhos conhecidos, fantasias vividas é  ao mesmo  tempo bom  e salutar, um pouco de saudosismo, mas  quem  é que não senta na cadeira do tempo na varanda das recordações,    hein?  Coisas mais sem significado para os demais, para mim,   massageiam aquela parte que parecia adormecida e as recordações se afloram. Então tenho eu a certeza de que jamais estaremos sós. Creio que ninguém  vai se sentir  isolado, abandonado tipo natureza morta.  As  recordações  nesse vaivém nos faz reviver,  e diz o adágio: “Recordar é viver “.  Retornando a ideia central acima interrompida por devaneio  saudosista  e de reflexão,  podemos ainda  avaliar nosso desenvolvimento ,   inclusive  no emocional.  Repentinamente chega o comando:  a ordem foi dada e eis – me  aqui  pronto a esboçar o registro de minhas lembranças do “Passando por aqui”.  O presente,  apesar dos pesares,  é por onde iniciarei,  ele se me configura melhor. E   o texto     Januária de Londrina “, foi escrito em 23 de Dezembro de 2002    ( José Roberto )



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