Sábia e maternal, minha amiga objetivando incentivar-me na continuação de meus desabafos, disse não
saber como palavras aparecem e como as trabalhamos ao fazê-las veículos visíveis e compreensíveis
num texto escrito. Falei que se faltasse uma ideia ou tema no instante, era só
começar fazendo um alongamento de exercício criativo, pois para iniciarmos uma caminhada
ou corrida o aquecimento é indispensável. Começaríamos escrevendo pensamentos,
provérbios bem populares. Outro recurso
seria usarmos a linguagem escrita, como habitualmente fazemos ao deixar um
recado – “ Vou sair agora, mas volto logo: não deixe a porta da rua aberta
quando sair “. Atrevi-me a pedir que olhasse
para o que começaria a escrever; seria então o tal “alongamento”. Ela
sorriu assentindo-me. Cônscio de minha responsabilidade, porém me sentindo
confortável, assim iniciei: “ Água mole em pedra dura tanto bate até que fura
“, “ Quem não tem cão caça com gato “, Em casa de ferreiro, o espeto é de pau
“. Tantos ditames vêm-nos à memória, não é ? Como diz o livro “ O que vale a
pena” de Wendy Lustbard, “ a solidão
requer prática e a gente aprende a viver
com a gente mesmo “ . E assim sou eu. Quando não se tem com quem conversar,
escrever é uma boa alternativa e uma terapia, é conversar
com o nosso pensamento. Se formos
criativos, podemos criar personagens, e
então se estabelecerá o diálogo. “Não é uma coisa de louco “ como diz aquele
famoso apresentador de TV ? Escrever é soltar as rédeas da imaginação e
deixá-la fluir naturalmente. Acariciou-me a mente agora, um cachorrinho quando
se vê livre da coleira, um cavalo quando o soltamos num pasto; e uma criancinha então , já pensou nas
travessuras...? Escrever é como pintar, desenhar, compor, esculpir. È deixar
nascer: é pôr pra fora o que se sente aprisionado. Dê um crédito a seu poder
criativo, dê asas à imaginação. Faça disso um hábito e você verá que ideias e sensações
lindas a visitam com uma certa frequência, só que você não as registra , “deixa passar batido ”, como
dizem por aí. Chegará o dia quando ao rever ou reler o que criou você dirá: “ não acredito, mas...fui eu ? Eu não acredito,
mas... fui eu sim ! Meu Deus, eu consegui “ ! Naquele instante nasce mais um:
escritor, pintor, compositor, escultor, seja lá o que for, mas...mais um. A princípio
amador e com letras minúsculas, mas.. mais um.” Eu consegui. Eu consegui ( Com seu carisma peculiar mais
uma vez sorrindo me falou que havia
entendido a mensagem que lera e, costurando
sua finalidade, solicitou-me uma cópia .Incrível
, mas ainda há anjos do bem por aqui ). Obrigado, amiga!
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