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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

EU CONSEGUI !


Sábia e maternal, minha amiga objetivando incentivar-me  na continuação de meus desabafos, disse não saber como palavras aparecem e como as trabalhamos  ao fazê-las veículos visíveis e compreensíveis num texto escrito. Falei que se faltasse uma ideia ou tema no instante, era só começar fazendo um alongamento de exercício criativo, pois para iniciarmos uma caminhada ou corrida o aquecimento é indispensável. Começaríamos escrevendo pensamentos, provérbios bem populares.  Outro recurso seria usarmos a linguagem escrita, como habitualmente fazemos ao deixar um recado – “ Vou sair agora, mas volto logo: não deixe a porta da rua aberta quando sair “. Atrevi-me a pedir que olhasse  para o que começaria a escrever; seria então o tal “alongamento”. Ela sorriu assentindo-me. Cônscio de minha responsabilidade, porém me sentindo confortável, assim iniciei: “ Água mole em pedra dura tanto bate até que fura “, “ Quem não tem cão caça com gato “, Em casa de ferreiro, o espeto é de pau “. Tantos ditames vêm-nos à memória, não é ? Como diz o livro “ O que vale a pena” de Wendy Lustbard,  “ a solidão requer prática  e a gente aprende a viver com a gente mesmo “ . E assim sou eu. Quando não se tem com quem conversar, escrever é uma boa alternativa e uma terapia,  é  conversar  com o nosso pensamento. Se formos criativos,  podemos criar personagens, e então se estabelecerá o diálogo. “Não é uma coisa de louco “ como diz aquele famoso apresentador de TV ? Escrever é soltar as rédeas da imaginação e deixá-la fluir naturalmente. Acariciou-me a mente agora, um cachorrinho quando se vê livre da coleira, um cavalo quando o soltamos num pasto;  e uma criancinha então , já pensou nas travessuras...? Escrever é como pintar, desenhar, compor, esculpir. È deixar nascer: é pôr pra fora o que se sente aprisionado. Dê um crédito a seu poder criativo, dê asas à imaginação. Faça disso um hábito  e você verá que ideias e sensações lindas  a visitam  com uma certa frequência, só que você não  as registra , “deixa passar batido ”, como dizem por aí. Chegará o dia quando ao rever ou reler o que criou você dirá: “   não acredito, mas...fui eu ? Eu não acredito, mas... fui eu sim ! Meu Deus, eu consegui “ ! Naquele instante nasce mais um: escritor, pintor, compositor, escultor, seja lá o que for, mas...mais um. A princípio amador e com letras minúsculas, mas.. mais um.” Eu consegui.  Eu consegui ( Com seu carisma peculiar mais uma vez sorrindo me  falou que havia entendido a mensagem  que lera e, costurando sua finalidade, solicitou-me  uma cópia .Incrível , mas ainda há anjos do bem por aqui ). Obrigado, amiga!


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