- Editorial publicado pelo jornal FOLHA DE LONDRINA, sexta-feira, 02 de agosto de 2019
- Ainda é cedo para dizer que no Paraná a inovação deixou de ser apenas um discurso e se incorporou no dia a dia das empresas. Mas a predisposição das companhias em criar estratégias diferentes para encontrar novos processos e serviços vem aumentado, como mostrou a quarta edição da Bússola da Inovação do Sistema Fiep, divulgada esta semana e tema de reportagem desta sexta-feira, na FOLHA.
- A pesquisa, realizada a cada dois anos, acabou de traçar mais um perfil de inovação nas indústrias do Paraná. Mais de 900 empresas de 21 segmentos industriais, distribuídas entre 113 municípios, participaram desta edição, sendo 81% delas micro ou pequeno porte.
- O objetivo é justamente avaliar o nível de esforços , de gestão e os resultados obtidos a partir da implantação de projetos inovadores. A metodologia reúne indicadores importantes para que gestores possam reavaliar o planejamento das empresas, ter mais segurança na tomada de decisões e ganhar competitividade.
- Ainda há um longo caminho a percorrer. Mas é animador saber que os resultados apontam uma sensível evolução em relação a anterior, fator considerado positivo em função do período de crise dos últimos anos. Mas tem muito o que melhorar. Um exemplo: dos 52% das empresas que executam atividade de pesquisa e desenvolvimento (P&D), apenas 5% têm procedimentos bem definidos e só 9% consideram isso como alta prioridade.
- Há pontos preocupantes. Chamou a atenção dos pesquisadores a baixa adesão aos métodos de proteção, que são procedimentos que garantem mais segurança às inovações, dificultando cópias e imitações. Apenas sete por cento dos empresários buscaram o registro de desenho industrial e de patentes para a inovação, deixando em aberto uma lacuna que pode comprometer a exclusividade de exploração da novidade.
- Outro ponto negativo é que a maioria das inovações é interna, para adequação ao mercado. As empresas não estão conseguindo compartilhar suas inovações com o público externo, para consumidores e fornecedores. A burocracia também foi amplamente lembrada pelos entrevistados, que apontaram a excessiva quantidade de procedimentos como uma das grandes dificuldades para o desenvolvimento de seus negócios.
- Sensibilizar as empresas quanto ao impacto positivo de inovação sobre os negócios, produção, criação de novos produtos e desenvolvimento na comunidade tornou-se uma necessidade. O mundo está a um clique e o consumidor tem acesso a uma vasta gama de produtos e informações. É preciso ser ágil e criativo para se adaptar às mudanças frequentes no cenário cultural, político e econômico do Brasil e no mundo. Inovação é umas condições para o Brasil conseguir desbravar novas oportunidades e conquistar mais competitividade.
- A FOLHA agradece aos leitores a preferência e a confiança. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, opiniao@folhadelondrina.com.br sexta-feira, 02 de agosto de 2019).
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