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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

NÃO ARRANJARMOS NOVOS CARMAS


Crônica escrita por WALMOR MACCARINI,  jornalista, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA 31 de dezembro de 2018. 
   Os anos novos não encerram em si nem coisas boas e nem ruins. Depende muito de nós, fazê-los melhores, ou ao menos contribuir para que isso aconteça. Com o mesmo sentido, tenho falado também que devemos, o mais possível, evitar novos carmas que venham a agravar aqueles que já trouxemos ao aqui aportar. Carmas não são castigos, mas bagagem que nos pesam e delas queremos nos livrar. Em outras palavras, do que fazemos colhemos resultados semelhantes. É a lei de causa e consequência. Nós aqui chegamos com nossos projetos de vida, mas muitas vezes nos desviamos deles e acabamos repetindo os mesmos erros do passado. As pessoas no geral não acreditam que trazemos propósitos ao desembarcar nesta existência terrena, e não acreditam que já viveram antes aqui e em outras paragens. O ensinamento aceito – tal qual está escrito – é que só temos uma vida, e tal é verdade mas este ciclo é dividido em muitas vivências e revivências. 
   Cada ida e vinda, e assim sucessivamente, são a continuidade de um projeto. Em sânscritos, a língua sagrada dos hindus, dá-se a isso o nome de roda de samsara, ou a repetição das muitas vivências no corpo físico. Não fomos empurrados para cá por uma mão punidora, mas atraídos pela tarefa que nos propusemos executar, ou concluir a que não ficou acabada. Estamos aqui por livre decisão e não somos de agora, mas temos a idade dos tempos eternos... Nossa idade não é a que consta em nosso registro de nascimento. Podemos ter vindo por necessidade ou como doação pela causa da melhoria deste mundo, por isso importa muito compreender a razão de estarmos aqui. É prudente não arranjarmos mais ônus, e eles se manifestam pela via da corrupção em suas diferentes modalidades, pelos logros, pelas mentiras e enganações, pelo roubo e pelas velhacarias, pelos danos que causamos aos outros e mesmo ao nosso corpo – o santuário onde habita temporariamente nossa alma. 
   Já escrevi em outras ocasiões que o tempo vai se escoando e corremos o risco de ter de recuar para um ponto de recomeço. Não será um atraso irrecuperável mas um retardo na caminhada. Certamente já passamos por isso muitas vezes e muitos de nós já não deveríamos mais estar aqui. Porque, embora possamos fazer dessa morada terrena um paraíso, aqui não é nosso lugar definitivo. Temos dentro de nós a consciência da ligação com um lugar de plenitude do universo. Sempre é tempo de não arranjarmos mais complicações, se desejamos progredir. Se não, vamos ficando por aqui milênios afora, pela forma de contínuas vindas e idas e repetições desse círculo. Se estamos quase prontos para voos mais altos, não podemos arranjar mais penduricalhos que nos dificultam a decolagem.,, Subimos ou afundamos de acordo com nossa leveza. É de boa recomendação não repetirmos nossas maldades de cada dia, grandes, médias ou pequenas. Temos pouco tempo, mas ainda é tempo... (FONTE: Crônica escrita por WALMOR MACCARINI, jornalista, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, segunda-feira, 3l de dezembro de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA). * Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. Os artigos publicados não refletem necessariamente a opinião do jornal. E-mail: opinião@folhadelondrina.com.br).

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