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sábado, 24 de novembro de 2018

A EDUCAÇÃO COMO PRIORIDADE


   Em um país onde 30% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais, segundo o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf), e a cada 100 crianças só 53,7% sabe ler ou escrever, não é difícil imaginar os desafios que terá pela frente o futuro ministro da Educação no governo de Jair Bolsonaro, o filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodriguez. Mais do que colocar Londrina em posição de destaque – já que o professor reside na cidade há cinco anos – a nomeação levanta uma série de expectativas em torno do que fará ele à frente da pasta.
   Em carta divulgada nesta sexta-feira, o educador fez uma clara sinalização do que pretende abraçar a pauta do chamado pensamento conservador, como foco na “preservação de valores caros à sociedade brasileira” para conduzir a gestão e elaborar normas para a educação no País.
   Ele defende que os brasileiros são, “na sua essência”, conservadores e avessos “a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista”. E critica o que ele considera uma instrumentalização da educação com finalidade político-partidária. “Sim a uma educação que olha para as pessoas, preservando os seus valores e a sua liberdade”, reitera. 
   Apoiado pela bancada evangélica e visto com ressalva por educadores que condenam o movimento Escola Sem Partido, Ricardo Vélez Rodriguez deve atuar centrado em esquecer as ideologias para fazer com que a educação brasileira de fato decole. Não é uma tarefa fácil. A valorização dos professores, tema já abordado pelo futuro ministro, é um importante passo a ser dado nessa caminhada no sentido de se procurar atingir com o mínimo de satisfação as metas estabelecidas pelo PNE (Plano Nacional de Educação).
   Uma delas, destacada pela maioria dos educadores, é a que preconiza a destinação de ao menos 7% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação já em 2019 e chegar ao patamar de 10% em 2024. 
   O futuro ministro acerta quando diz que o modelo educacional que o Brasil precisa é aquele que leva em conta as perspectivas individuais e as diferenças regionais. “É o município que deve ser o foco na organização da nossa legislação educacional, olhando para as diferenças regionais levando em consideração os interesses dos cidadãos onde eles residem”, diz Rodriguez na carta. 
   Nesse sentido, o cumprimento da meta do Plano Nacional de Educação e, mais do que isso, a revolução que se espera em relação a melhorias nos indicadores dos ensinos básico, fundamental e médio, que são afinal de contas o alicerce de uma boa educação, só serão possíveis se a politica de investimento no setor for tratada como prioridade não apenas da pasta, mas do próprio governo de Jair Bolsonaro.( FONTE: EDITORIAL na página 2, dos dias 24 e 25 do jornal FOLHA DE LONDRINA, publicado na mesma data pelo mesmo jornal FOLHA DE LONDRINA).

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