O Brasil perde cerca de R$ 200 bilhões por ano por causa da corrupção. A afirmação é de especialistas em compliance ouvidos pela Folha de Londrina em reportagem de segunda-feira (13) sobre a Lei Anti Corrupção, que está completando cinco anos. É praticamente a soma de investimento do País em saúde, educação e segurança. A esperança dessa doença terrível começar a diminuir seus efeitos vem das operações como a Lava Jato e da promulgação da Lei Anticorrupção (12.846/2013). Algumas mudanças de comportamento no mundo corporativo já são perceptíveis, tanto que empresas alvo da Lava Jato foram forçadas a investir em segurança e melhorar suas prática de gestão. Mas ainda é preciso fazer mais.
A legislação foi sancionada em 2013, pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e regulamentada em janeiro do ano seguinte. Entre as punições previstas, estão multa administrativa de até 20% do faturamento bruto e o instrumento do acordo de leniência, por meio do qual os envolvidos em ilegalidades podem reparar o dano financeiro e se comprometerem a implementar mecanismos internos de integridade.
Quem poderia imaginar, cinco, seis anos atrás, que ações da Polícia Federal e dos ministérios públicos Federal e Estadual poderiam colocar atrás das grades alguns dos maiores empresários do País, ex-governadores e até ex-presidentes?
Para o consultor Wagner Giovanini, entrevistado pela FOLHA, o Brasil se encontra num processo de transição. Falta muito terreno para alcançar no quesito honestidade entre políticos e empresários, mas é preciso reconhecer que progressos aconteceram. Com a existência da nova legislação, muitas empresas ficaram preocupadas em correr risco e passaram a investir em mecanismos de integridade. É uma forma de prevenir irregularidades, evitar multas e proteger seus executivos.
Disseminar as boas práticas de compliance é importante para reforçar a necessidade de atenção por parte das empresas e do poder público. O Grupo Folha de Comunicação entende que a divulgação da chamada Lei da Empresa Limpa é uma forma importante de combater a corrupção, tanto que no ano passado a transparência nas organizações foi tema de um dos EncontrosFolha. É preciso que o setor público e o poder privado estejam realmente comprometidos em implementar mecanismos que dificultem a corrupção e responsabilize durante os culpados. E não só punir, mas devolver o dinheiro roubado para que ele seja revertido em benefícios para a população. (FONTE: Página 2, coluna FOLHA OPINIÃO, terça-feira (14) de agosto de 2018, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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