Quem já foi vítima de um assalto ou de um furto experimentou a sensação de impotência diante de um tipo de crime que vem aumentando no Brasil. O aprofundamento da crise econômica e o desemprego fazem os crimes contra o patrimônio crescer, como especialistas em segurança já vêm alertando há algum tempo. O 11º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado recentemente, mostra exatamente esse cenário. A pesquisa traz um número inquietante: a cada minuto, um veículo é furtado ou roubado no Brasil. No Paraná, mais de três automóveis são furtados ou roubados por hora. Essas constatações partem da informação de que nos anos de 2015 e 2016, 1.066.674 veículos foram parar nas mãos de ladrões no Brasil. Apenas no ano passado, 552.139 veículos foram levados, resultando em uma taxa de 567,4 roubos ou furtos a cada 100 mil veículos. No Paraná, 26.249 veículos foram subtraídos em 2015 e 32.821 em 2016 (a taxa por 100 mil veículos subiu de 377,2 em 2015 para 456,9 em 2016). Não são apenas as perdas materiais. Infelizmente, há ocorrências que resultam em tragédias. É o caso da jovem Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, que combinou uma viagem por aplicativo de carona, dias atrás, mas foi assassinada por um homem que pegou carona com intenção de roubar o carro. A FOLHA ouviu vítimas de assalto que relataram o drama de precisar mudar de hábitos e o esforço para se recuperarem do trauma. Os crimes em patrimônio implicam em investimentos em investigação, inteligência e na fiscalização do comércio de peças usadas de automóveis, um ramo que atrai organizações criminosas. Nesse tipo de delito, a vítima não é só o proprietário do carro roubado, mas a sociedade de uma maneira geral sai perdendo. Um exemplo desse prejuízo é em relação ao preço médio dos seguros para veículos, que costumam subir quando as ocorrências se multiplicam. (OPINIÃO, opinião@folhadelondrina.com.br página 2, quinta-feira. 9 de novembro de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).
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