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domingo, 16 de julho de 2017

SAÚDE AUMENTA REPASSE PARA CIRURGIAS DE CARDIOPATIA CONGÊNITA

Meta do Ministério da Saúde é zerar em 12 meses a fila de espera por cirurgias cardíacas para bebês de até um ano que tenham a doença

   Meta da Paula é elevar o número de procedimentos de 9.200 para 12,6 mil por ano 

   O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (11) um incremento no orçamento para as cirurgias cardíacas de bebês que tenham cardiopatia congênita. O valor destinado a este tipo de procedimento passará de 52,2 milhões para 91,5 milhões, o que representa um crescimento de 75,2% e inclui também crianças e adolescentes. A meta é aumentar em mais de 30% o número de intervenções por ano, passando de 9,200 para 12,6 mil. 
   Anualmente, 28,9 mil crianças nascem com cardiopatia congênita, que é um tipo de má-formação que, em 40% dos casos, requer um procedimento cirúrgico no primeiro ano de vida. É considerada a terceira maior causa de mortes para bebês de até 30 dias de vida. Em Londrina, o Hospital Infantil é a única instituição conveniada para realizar esse tipo de procedimento. 
   Segundo Carla Sandreski, integrante do núcleo de Londrina da Associação de Assistência à Criança Cardiopata Pequenos Corações, a fila de espera é a principal causa de mortes de crianças com problemas cardíacos congênitos na cidade. “A maioria das cirurgias que as crianças precisam é complexa. Como somente um hospital pode fazer o procedimento no município, acaba ficando toda essa demanda reunida em um único lugar. Enquanto isso vamos perdendo vidas”, afirma. 
   O aumento do repasse é visto como positivo por Sandreski, que acredita que o dinheiro poderá ser usado para a ampliação do número de leitos. “Londrina atende uma região com dezenas de municípios. Então, toda a melhora para o serviço prestado é de grande valia. Quem sabe, com esse aumento, as cirurgias, de um modo geral, poderão ser incrementadas”, projetou. 
   A intenção do Ministério da Saúde é zerar em 12 meses a fila de espera por cirurgias cardíacas para bebês de até um ano de idade que tenham a doença. Relatório elaborado por entidades ligadas ao tema aponta que, das crianças com o diagnóstico da doença no Brasil e que necessitam de cirurgias ou intervenção, cerca de 60% não têm acesso aos tratamentos. 
   Estudos do Instituto do Coração da Criança e do Adolescente do Ceará mostra que 95% dos nascidos do País com cardiopatia congênita não crítica conseguem sobreviver até os 18 anos de idade, Carla Sandreski considera que a inclusão de crianças e adolescentes no repasse pode ajudar a aumentar esse percentual. “Como não é tão complexo, esse público vai ficando em segundo plano para atender o que é considerado emergência. Entretanto, eles também precisam de intervenções e a procura vai aumentando, assim como entre os recém-nascidos”, explicou.

   OUTRAS DEMANDAS

   Além da expansão da quantidade de leitos para redução das filas de espera, outra demanda apontada pela associação Pequenos Corações é na questão dos diagnósticos. Lei aprovada e sancionada no Paraná em 2012 inclui o “teste do coraçãozinho” nos exames obrigatórios realizados nos recém-nascidos. “Lutamos para que exista o diagnóstico ainda durante a gravidez. Isso é necessário para ajudar tanto a criança quanto a mãe”, decretou Sandreski. (Com Agência Estado). (FONTE: PEDRO MARCONI – Reportagem Local, FOLHA GERAL, página 6, quarta-feira, 12 de julho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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