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terça-feira, 27 de junho de 2017

EVASÃO ESCOLAR É MAIOR NAS ESCOLAS PÚBLICAS


   A evasão escolar está se tornando mais comum nas escolas brasileiras. O número de crianças e jovens que finalizam o ano é menor do que as que se matriculam. Os dados que revelam o aumento da evasão foram apresentados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e pelo Ministério da Educação, após análise e comparação do Censo Escolar. O maior problema está entre os jovens. Segundo o Inep, considerando escolas públicas e particulares, 12,9% e 12,7% dos alunos matriculados na 1ª e 2ª séries do ensino médio, respectivamente, deixaram a escola entre os anos os anos de 2014 e 2015. O 9º ano do ensino fundamental tem a terceira maior taxa de evasão, 7,7% , seguido pela 3ª série do ensino médio, com 6,8%. Considerando todas as séries do ensino médio, a evasão chega a 11,2% do total de alunos nessa etapa de ensino. A pesquisa mostrou que houve uma queda progressiva na evasão escolar entre 2007 a 2013. Porém, o cenário começa a mudar em 2014, quando as taxas aumentam. Levando em consideração apenas as escolas públicas, o Pará tem a mais alta taxa, chegando a 17,2% no ensino médio. Na sequência, Alagoas vem com 15%. Mato Grosso ficou com 14,7%; Sergipe, 14,4%; Piauí 14,2%; Rio Grande do Norte, 14% e Maranhão, 13.6%. O Paraná está em penúltimo lugar no ranking com taxa de evasão no ensino médio de 10,1%. Perde apenas para Roraima, que tem a menor taxa, 9,6%. Acrescentando as particulares, o índice fica um pouco menor. São vários os motivos que influenciam no aumento da evasão escolar. A crise econômica dos últimos anos é um fator relevante e, provavelmente, implicará em um aumento ainda maior da taxa em relação a esses anos mais críticos da crise, como 2015 e 2016. Mas não é apenas isso. Os estudantes não abandonam a escolas apenas para trabalhar. Há quem perde o interesse pelo estudo. Pesquisadores e pedagogos vêm alertando há muito tempo sobre o distanciamento entre os currículos do ensino médio e a realidade dos jovens. Mudar o quadro da evasão escolar não é fácil. É preciso levar em consideração vários pontos. Ajudar as famílias carentes a terem condições de manterem os filhos estudando deve ser uma das preocupações das autoridades. Melhorar o currículo, investir na capacitação dos professores, além de valorizá-los, são outras ações que devem ser levadas em conta. (OPINIÃO, página 2, terça-feira, 27 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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