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segunda-feira, 26 de junho de 2017

- ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA -


   É PRECISO REDUZIR O ENDIVIDAMENTO DO ESTADO BRASILEIRO 
   Qualquer um de nós precisa seguir o mais óbvio dos preceitos econômicos – controlar suas despesas de modo a não permitir que ultrapassem suas receitas. Caso contrário precisará encontrar formas de financiar essa diferença. Isso é verdade para mim, para você, para as empresas e também para o governo. 

   COMO O GOVERNO FINANCIA SUA DÍVIDA

   Quando o governo gasta mais do que arrecada, ele pode financiar suas dívidas valendo-se fundamentalmente de três expedientes: a) tomar dinheiro emprestado; b) aumentar os impostos; e c) rodar a maquininha que fabrica o dinheiro. 

   O PROBLEMA DE TOMAR DINHEIRO EMPRESTADO 
   O governo pega dinheiro emprestado emitindo títulos. Ou seja, ele pega seu dinheiro emprestado te dando um papel que reconhece a dívida prometendo te pagar um determinado juro como remuneração pelo empréstimo. Acontece que, quanto mais o governo se endivida, mais você fica desconfiado que ele não poderá não te pagar, o que faz com que o governo tenha que aumentar a taxa de juros para tornar atraente você correr o risco. 

   A CONSEQUÊNCIA DE JUROS ALTOS 

   Juros mais elevados significarão que os outros tomadores de crédito, por exemplo, os empresários, precisão pagar ainda mais para que você prefira emprestar a eles em vez de emprestar ao governo, comprando títulos públicos. Ora, se o investimento pretendido pelo empresário não for suficiente para pagar os juros e sobrar algum na forma de lucro, ele não investirá e consequentemente não criará demanda por matéria-prima e tampouco abrirá novos postos de trabalho.  

   QUE SE AUMENTEM OS IMPOSTOS

   Aumentar os impostos para cobrir o déficit gerado por gastos acima da receita significará ter que aumentar o preço do produto para o consumidor. Uma inflação nos preços obviamente obriga uma diminuição no consumo, o que obrigará a indústria a ajustar sua produção, diminuindo a demanda por matéria-prima e, por consequência, demitindo trabalhadores. 

   ENTÃO BASTA EMITIR MOEDAS

   A forma de financiar dívidas do governo pela emissão de moeda (já que ele é o dono da maquinha que faz dinheiro, por que não fabricar o que precisa e pagar sua dívida?) foi um expediente muito utilizado, em especial na década de 1980.
   O resultado não pode ser mais desastroso. Se o governo emite moedas em uma velocidade maior que o aumento de bens e serviços, aumenta de forma fictícia o potencial de demanda, mas não havendo aumento de oferta, teremos inflação e todas as suas consequências nefastas.

   E COMO ESTÁ A DÍVIDA DO GOVERNO

   Somente a dívida pública federal, portanto, sem contar as dívidas dos estados e municípios. Estava em abril em R$ 3.244 trilhões. Tudo o que produzimos no ano passado somou R$ 6.267 trilhões, o que significa dizer que nossa dívida é aproximadamente 52% do PIB. O custo médio dos juros pagos por esta dívida é de 11,57% ao ano, o que quer dizer que somente com os juros, esta dívida aumentará em mais 6%. Como os gastos continuam sendo maiores que a arrecadação, a dívida deverá crescer muito próxima ao que cresceu no ano passado – 11,42%.

   O QUE FAZER

   O que preocupa não é a dívida em si, mas a forma de financiá-la, que como exposto, qualquer que seja a opção, terá como consequência última a extinção de empregos em um país que já conta com 14 milhões de desempregados. Deixando de lado aqueles que, por ingenuidade, acreditam que para o país sair da crise basta dobrar o salário mínimo, ou os que sofrem de acomodação intelectual que propagam que basta acabar com a corrupção que o problema está resolvido, precisamos que as reformas que segurem o crescimento desta dívida sejam aprovadas o quanto antes. Não será suficiente, mas é fundamental. (FONTE MARCOS J. G. RMBALDUCCI, professor doutor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e consultor econômico da Acil economianossa@folhadelondrina.com.br página 4, FOLHA ECONONOMIA & NEGÓCIOS, coluna ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA – por Marcos Rambalducci, segunda-feira, 26 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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