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quarta-feira, 14 de junho de 2017

AS PENAS VOAM


   Em mais um lance que põe políticos importantes na berlinda, o juiz Sérgio Moro condenou o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), a 14 anos e 2 meses por corrupção passiva, por pedir e receber vantagens indevidas num contato de terraplenagem e por doze crimes de lavagem de dinheiro. Cabral ainda é réu em nove ações na 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, o que indica que muitas pedras ainda irão rolar na direção dos políticos que, segundo as investigações, teria recebido a soma vultosa de R$ 2,7 milhões em propina, ao que se sabe. Se somarmos todas as penas de políticos envolvidos com operações ilícitas teremos um saldo espetacular. Ainda que venha as atenuantes de praxe, uma coisa é fato: nunca na História tanta gente importante foi pega usufruindo do erário segundo suas próprias leis. Na “reserva” das estimativas de prisão por corrupção, Aécio Neves e Lula coçam a cabeça preocupados com o futuro, fotos recentes mostram que o gesto é comum entre os políticos sob suspeita. Aécio terá parte de seu destino decidido no da 20, quando o STF julga seu afastamento do Senado e, na toada da Justiça, a PRG também pede sua prisão preventiva sob a suspeita do senador ter acertado por meio de assessores a vantagem indevida no valor de R$ 2 milhões via JBS. 
   Debaixo das saias de outra sigla, Lula também aguarda a próxima audiência com o juiz Sérgio Moro. Daqui para a frente, a tendência é que rodadas de depoimentos e prisões pipoquem como rojões de festa junina. E enquanto a população continua agindo politicamente como torcidas de futebol, os “craques” da política, que até ontem tinham à sua frente um futuro de possíveis vitórias elei torais, hoje aguardam a hora de sofrer o pênalti nas barras da Justiça. Sob a ótica visível do nervosismo, os poderosos parecem não confiar tanto assim em seus advogados-goleiros que na hora de pegar a bola têm falha tanto quanto Julio Cesar no jogo do Brasil contra a Alemanha. Não fosse assim, as prisões de políticos importantes efetuadas ou em curso não teriam esse saldo espetacular de penas que na soma de todas as fraudes, desvios e vantagens indevidas têm mostrado que os heróis nacionais sob várias siglas não passavam de velhas raposas que nunca imaginaram que seriam pegas mastigando as uvas, ao mesmo tempo que jogavam ao povo apenas o caroço. (OPINIÃO, página 2, quarta-feira, 14 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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