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quarta-feira, 7 de junho de 2017

A VIOLÊNCIA GENERALIZADA


   O Brasil responde hoje por 10% do total de homicídios no mundo. O índice, assustador, foi revelado pelo pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Daniel Cerqueira, em reportagem, ontem, na FOLHA. O Ipea é um dos órgãos responsáveis pela elaboração do Atlas da Violência 2017, realizado em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo o estudo, quase 600 mil pessoas foram assassinadas no Brasil entre os anos de 2005 e 2015. O número, de 580 mil, é assustador. São levados em conta nesta pesquisa as taxas de homicídios e os números de morte violentas com causa indeterminada, quando o óbito ocorre de forma não natural e os profissionais não conseguem identificar os motivos. As taxas são calculadas na proporção para cada 100 mil habitantes. Nesse mesmo período, o Paraná registrou 35.626 vítimas de homicídio, o que corresponde a, aproximadamente, 3.239 mortes por ano ou nove por dia. Foram considerados 304 municípios do País com mais de 100 mil habitantes em 2015. A cidade classificada como a mais violenta do Brasil é Altamira, no Paraná. Na sequência vem o município baiano de Lauro de Freitas e, em terceiro lugar, Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe. O Paraná tem duas localidades neste ranking, ambas na região Metropolitana de Curitiba. Piraquara, em 8º lugar, e Almirante Tamandaré, em 17º. Os índices de violência no Brasil são alarmantes. Porém, mais preocupante é o fato de que os homicídios se tornaram rotina. A banalização da violência permite que a sociedade feche os olhos para a situação. Em um mês, mata-se mais no Brasil do que o registrado nos cinco primeiros meses de 2017 em quase 500 atentados terroristas do mundo. O brasileiro não pode mais demonstrar tanto descompromisso com essa realidade de violência. (OPINIÃO, página 2, quarta-feira, 7 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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