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terça-feira, 20 de junho de 2017

A LAVA JATO E AS ELEIÇÕES DE 2018


   Conseguir números exatos de políticos e de réus investigados ou denunciados na Operação Lava Jato não é uma tarefa fácil. Sempre que surge uma nossa fase – já são 41 -, os números sobem. Além do presidente da República, Michel Temer, oito ministros e pelo menos 39 deputados federais e 24 senadores são formalmente investigados no Supremo Tribunal Federal, em razão do foro por prerrogativa da função. O levantamento foi feito pela Folha de Londrina, em reportagem publicada nessa segunda-feira (19). O principal crime dos políticos é corrupção passiva, cujos indícios foram obtidos na Operação Lava Jato. Investigados em outras cortes estão  mais de uma centena de políticos brasileiros. Inquéritos foram instalados contra doze governadores , três ex-presidentes, uma dezena de ex-ministros, vários ex-senadores, ex-deputados federais, deputados e ex-deputados estaduais, prefeitos e ex-prefeitos e vereadores. Todos esses políticos teriam aderido a acordos de corrupção que acabaram descobertos por meio de depoimentos prestados por réus colaboradores da operação. Com a homologação dos recentes acordos de delação premiada de executivos da Construtora Odebrecht e do grupo J&F, controlador da JBS, a lista pode crescer ainda mais. Os funcionários da Odebrecht revelaram ter feito pagamento indevido a cerca de 400 políticos de 26 partidos; e os da JBS mencionaram 1,8 mil políticos de 28 partidos. Os delatores citaram inclusive os ex-presidentes Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor de Mello e José Sarney. A Lava Jato começou há três anos e se tornou a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro da história do Brasil. Ela desvendou as duas principais maneiras de participação de políticos em esquemas de corrupção: doações lícitas e ilícitas (por meio de caixa dois) para as campanhas eleitorais ou doações diretas, para contas secretas dos políticos. Em troca, os empresários conseguiam contratos superfaturados com os governos, incentivos fiscais ou empréstimos milionários. Analistas ouvidos pela reportagem questionam agora o impacto das investigações e das prisões de poderosos nas próximas eleições. É a chance que a sociedade tem de mudar o rumo do País. (OPINIÃO, página 2, terça-feira, 20 de junho de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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