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segunda-feira, 22 de maio de 2017

COMO JULGAMOS AS PESSOAS


   Uma mulher pede uma xícara de cappuccino e cinco biscoitos de nata em um Café do Shopping e senta-se por alguns instantes para comê-los. Logo à sua frente está um senhor que lê uma revista enquanto toma uma xícara de chá. 
   A moça prova o cappuccino e tira um biscoito da embalagem sobre a mesa. Assim que o come, o homem estende a mão e tira um biscoito do mesmo pacote.
   Incrédula no que acabara de ver, ela está indignada com a ousadia. Curiosa, pega um segundo biscoito. O homem faz o mesmo. Ela controla para não reagir mal a quem julga ser o maior cara de pau do mundo. 
   Com apenas um biscoito sobrando, ela vai novamente ao pacote, mas o homem é mais rápido. Com semblante cordial e sem nenhuma palavra, ele quebra o único biscoito que sobrou ao meio e oferece o pedaço a ela. 
   Inconformada, ela se levanta, pega sua bolsa e dirige-se rapidamente para a saída rumo a seu carro. Já no estacionamento, até deixa escapar uma ofensa contra aquele rapaz petulante. Enquanto procura as chaves na bolsa, seus dedos tocam o pacotinho de biscoitos que ela havia comprado no café. Está fechado, bem ao lado do molho de chaves, exatamente do jeito que a atendente lhe entregou no balcão!
   Os biscoitos que ela comeu pertenciam ao homem. Não eram os delas. 
A régua com que medimos as pessoas em todas as circunstâncias não é a mesma senão aquela que construímos com o nosso próprio modo de interpretar, entender e enxergar o que se passa ao nosso redor. É a somatória das experiências pessoais, do conhecimento que adquirimos e, consequentemente, produto da sabedoria individual que desenvolvemos – ou não – ao longo da vida. 
   Observe como nosso ponto de vista sobre quaisquer eventos pode mudar drasticamente tão logo tenhamos informações que até então desconhecemos. Imagine qual não terá sido o choque que a mulher viveu ao encontrar seus biscoitos na bolsa. Seu vizinho de mesa passou de vilão a gentil cavalheiro em pouco menos de um segundo.
   A lição aqui é: cuidado com os seus julgamentos. Se julgar não for opcional, recomendo antes de tudo conceder o benefício da dúvida. No entanto, superior a julgar bem é não julgar. (Crônica de ABRAHAM SHAPIRO, consultor e coach de líderes em Londrina, FOLHA EMPREGOS & CONCURSOS, coluna ABRAHAM SHAPIRO, segunda-feira, 22 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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