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sexta-feira, 26 de maio de 2017

APRENDIZAGEM BASEADA EM JOGOS


   É consenso por parte dos educadores, de todas as disciplinas escolares, que um dos maiores desafios da atualidade é fazer com que o aluno encontre motivação e significado nos conteúdos abordados no colégio. Uma das possíveis soluções consiste em fazer com que o aluno deixe uma postura passiva e passe a desbravar soluções de problemas escolhidos segundo seus próprios interesses. Foi com isso em mente que o Colégio Sesi Internacional de Londrina, em clima de preparação para as eleições municipais, no 3º trimestre de 2016 se dedicou a fazer com que os educadores compreendessem a importância da política na vida deles. Não apenas a importância de escolher bem os candidatos em quem iriam votar, mas também o funcionamento do sistema político e o quanto pode ser difícil o processo de planejar, construir e gerenciar uma cidade que tem que enfrentar uma série de adversidades.
   A sequência didática, descrita a seguir, consistiu em um tema transversal a ser trabalhado em três disciplinas. Atualidades, Produção Textual e Ciências Aplicadas – as três lecionadas em Inglês, utilizando da concepção teórica da divisão de poderes, das atribuições das secretarias municipais, assim como dos princípios da eco sustentabilidade, para que, com isso, os alunos fossem capazes de, imitando uma prefeitura real, planejar, construir e gerenciar uma cidade eco sustentável utilizando o software Minecraft Education Edition. 
   A atividade teve início quando os alunos foram levados para a Câmara de Vereadores de Londrina, onde aprenderam sobre atribuições do Poder Legislativo. Em seguida, a classe foi dividida em equipes. Cada uma delas assumiu o papel de uma secretaria municipal, ficando responsável por tópicos como educação, transporte público, saúde e saneamento, entre outros, que foram trabalhados no ambiente virtual do Minecraft: Education Edition. 
   A escolha de trabalhar em um ambiente virtual surgiu devido às limitações que seriam impostas para a simulação de uma prefeitura, que tem de lidar com problemas de emergência, falta de falta de recursos disponíveis para a construção de elementos planejados, lentidão e falta de comunicação entre equipes. A vivência desses fatores ao longo da sequência didática foi evidenciada durante as avaliações mostrando como um jogo pode significar mais do que um aumento da motivação e engajamento dos alunos, mas também apontou problemas reais e, com isso, fez com que os alunos compreendessem o que é gestão pública desenvolvendo uma visão crítica mais consciente da realidade. 
   É a partir de metodologias de aprendizagem baseada em problemas que a escola reassume seu papel de ambiente de aprendizagem real à medida que os alunos se abrem para experiências concretas. Dessa forma, os jovens podem despertar para a curiosidade nas mais diversas áreas científicas. 
   Por conta desse e outros projetos aplicados no ano 2016, fui um dos dois professores brasileiros escolhidos pela Microsoft a participar do Evento E²[ Educator Exchange, ocorrido em Toronto, Canadá, de 21 a 23 de março de 2017. Lá pude ver o quanto é mundial a tendência de utilizar metodologias que transformem a sala de aula em um laboratório de interações humanas, sempre focados em um problema ou projeto, permitindo que os alunos assumam a função daqueles que buscam soluções de situações concretas e, assim, encontrem suas próprias vocações. 
   A tecnologia nesse contexto em um meio que permite auxiliá-los a resolver melhor esses dilemas: seja por meio de videoconferências com alunos de outros países, seja por meio de criação de blogs que promovam suas ideias para fora dos muros da escola, ou ainda por meio de plataformas de jogos digitais que os possibilite errar sem ter medo. A tecnologia educacional não veio para substituir os professores, mas para empoderar os alunos a fazer muito além daquilo que a escola lhes proporcionam, deixando o limite em suas mãos!. (RENATO AUGUSTO ZANDRINI, professor de Física, Estudos Tecnológicos e Atualidades para alunos do ensino médio no Colégio Sesi Internacional em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, terça-feira, 9 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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