A VIOLÊNCIA CADA VEZ MAIS PRÓXIMA

   Os brasileiros convivem diariamente com a violência, mas só se dá conta da gravidade quando é confrontado com notícias que revelam o alto índice de crimes, como homicídios, estupros e assaltos. É o caso de um estudo realizado pelo Instituto DataFolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Os dados fazem parte da campanha “Instinto de Vida” e mostra que trinta e cinco por cento das pessoas que responderam as questões possuem um conhecido próximo morto violentamente e de forma intencional – foram ouvidas pouco mais de duas mil pessoas em 150 municípios de vários Estados. Segundo a pesquisa, a população reconhece que jovens, negros, do sexo masculino são as maiores vítimas da violência letal (64%). Há outras revelações importantes: 12% dos entrevistados dizem já ter sofrido ameaças de morte; 8% afirmam já ter sido feridos por facas ou outras armas brancas; e 17% dos entrevistados têm algum amigo ou parente desaparecido. O levantamento também trata da violência por parte de policiais. Doze por cento dos respondentes disseram que perderam um parente ou amigo em virtude de homicídio praticado por policial ou guarda municipal, percentual que se eleva entre os mais jovens, chegando a 17% da população entre 16 e 24 anos. Para quase 80% dos entrevistados, quanto mais armas em circulação, mais mortes haverá no País. Por fim, 94% dos participantes consideram que o número de homicídios no Brasil é muito alto. No final do ano passado, o FBSP já havia divulgado análise apontando que entre 20111 e 2015 a violência no Brasil matou mais pessoas que a guerra da Síria. Foram 279.839 assassinatos no País enquanto na Síria, no mesmo período, os conflitos causaram 256.124 mortes. São diversos fatores que colaboram para aumentar o quadro de violência no Brasil. Os problemas sociais são determinantes na construção desse cenário e é evidente que faltam políticas públicas de enfrentamento da violência. Políticas que devem envolver os vários setores dos governos e não apenas a segurança pública. (OPINIÃO, página 2, terça-feira, 9 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).