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terça-feira, 23 de maio de 2017

A CHARGE COMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO

No alto uma das charges vencedoras do concurso de 2015, de Geovano Anita Patrício, da Escola Municipal Miguel Bespalhok; embaixo a charge vencedora de 2016, de Beatriz França, da Escola José Garcia Vilar, ambas de Londrina












Concurso charge promovido pelo programa Folha Cidadania chega à terceira edição sob o tema “Qual a importância da água para a vida na Terra?”
   Pelo terceiro ano, o programa Folha Cidadania convida os estudantes a mergulharem no universo das charges. Até o dia 20 de junho, alunos do 5º ano do ensino fundamental, das escolas participantes do Programa Folha Cidadania, podem se inscrever no III Concurso de Charges.
   Este ano, os participantes deverão seguir o tema “Qual a importância da água para a vida na Terra?”. A ideia é que eles utilizem a imagem para expressar um pensamento crítico. Ao todo, serão cinco charges vencedoras, uma de cada município (Assaí, Cambé, Jataizinho, Londrina e Porecatu) participantes do programa. 
   Os trabalhos serão avaliados pela Criatividade, isto é, originalidade da ideia apresentada e e os meios encontrado pelo aluno para expressá-la; Desenvolvimento, se a mensagem pretendida é bem transmitida; Impacto Visual, onde serão considerados os desenhos em si, as cores, formatos e estilos, e a Correção Ortográfica, identificando erros de concordância, ortográficos e a linguagem utilizada. 
   Todos esses critérios serão apontados por uma comissão julgadora formada por profissionais das áreas de Design, Artes e/ou Educação, bem como indicados por parceiros do Programa Folha Cidadania, para fazer uma pré-seleção das charges inscritas. As charges deverão ser enviadas via postal ou entregues pessoalmente na sede central da Folha de Londrina. 
    Segundo Luciana Fontes, coordenadora do Folha Cidadania as edições anteriores contaram com uma média de 500 trabalhos inscritos. “A experiência é sempre positiva, com a participação de muitos alunos. Precisamos dar voz e oportunidade a todos esses talentos”, comenta. 
   Ela explica que o foco do concurso é estimular a criação de charges e incentivar a produção de caricaturas e a abordagem do tema nas escolas, a fim de desenvolver o pensamento crítico, a criatividade e o senso de húmus dos alunos. 
   A assistente do Projeto do Folha Cidadania, Nathália Sheguera de Oliveira diz que a escolha do tema levou em consideração o 6º objetivo (Água Potável e Saneamento da ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). “Queremos conscientizar os alunos do quão importante é a água, já que é vital para a sobrevivência de todos”, completa. 
   A elaboração das charges deverá ser realizada em sala de aula sob a supervisão do professor responsável. Na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, na Zona Sul de Londrina, a professora Rosa Festti da Silva, que ensina gêneros textuais, trabalhou as charges durante o bimestre, nas turmas de 5º ano. 
   “O desenho desperta a atenção dos alunos e faz com que eles passem uma mensagem que talvez, se fosse apenas dita, não teria tanta expressividade”, comenta.

   PREMIAÇÃO
   As charges selecionadas, serão publicadas na edição da semana seguinte da Folha Cidadania, que circula às terças-feiras. Os alunos vencedores, juntamente com seus respectivos professores receberão um prêmio cedido pela Ciranda – Música, Literatura e Brinquedo, uma assinatura trimestral, impresso e digital do jornal Folha de Londrina e um certificado de participação,
   Os docentes ganharão uma assinatura trimestral, impresso e digital do jornal Folha de Londrina e um certificado de participação. 

   INICIATIVA
   Ao longo do ano, a FOLHA promove diferentes concursos por meio do programa FOLHA CIDADANIA. Além do III Concurso de Charges, estão previstos para o segundo semestre, a 11ª edição do Concurso Pequeno Jornalista, onde os estudantes são convidados a escreve r sobre determinado tema, e o Debatedor Mirim, também na 11ª edição, que promove um debate entre alunos sobre um assunto específico. 
   Nathália acrescenta que neste ano será também promovido o Debate entre Professores. “A ideia dos projetos é combater o analfabetismo funcional, visando formar cidadãos que compreendam mais a realidade. Atualmente, o Folha Cidadania conta com o envolvimento de 110 escolas municipais de Londrina e região”, diz. 
   O III Congresso de Charges do do Folha Cidadania é realizado pelo Grupo Folha de Comunicação e tem o patrocínio de Ciranda – Música, Literatura e Brinquedos.

   SERVIÇO
   De 22 de maio a 20 de junho. Mais informações no Portal da Folha de Londrina (www.folhadelondrina.com.br)

   LEITURA DO MUNDO

   QUAL É A IMPORTÂNCIA DA CHARGE PARA VOCÊ?
Wesley Pinho Vieira, 10, Escola Municipal Zumbi dos Palmares

   “A charge é uma coisa muito divertida. Quando a gente trabalhou em sala de aula, eu achei legal e criei uma charge sobre a dengue ameaçando uma pessoa. A charge ensina a pessoa através de desenhos. A imagem é a mensagem”. 
Ana Isabelly Silva, 10, Escola Municipal Zumbi dos Palmares

“ Eu acho que na charge a pessoa tem que pensar muito mais, tem que desenvolver uma ideia. É mais fácil de interpretar. Eu mesma, de vez em quando olhos algumas (charges) no jornal e não consigo entender o assunto. 

   ‘MAIS IMPORTANTE QUE O DESENHO É A IDEIA’
   Os traços descobertos na infância desenham até hoje a história profissional de Marco Jacobsen, chargista na FOLHA desde 2004. Uma trajetória que está completamente ligada à prática de leitura. 
Marco Jacobsen, chargista da FOLHA: "a charge é factual  e desenvolvida na hora
   “Comecei a desenhar muito cedo, como toda criança. Mas aos 15 anos, meu pai comprava muito ‘O Pasquim’ e eu tentava copiar os desenhos, imitar o estilo. Nesse tempo, já estava gostando de política, de jornal e de cartum”, lembra. 
   Pela própria experiência, Jacobsen acredita que a dica mais preciosa para os estudantes que vão criar charges é aquilo que aprendeu na infância. “ Ler muito. Mais importante que o desenho é ter uma sacad, uma ideia. Quem lê, fica mais informado”, diz.
   Jacobsen nasceu em Santos (SP), mas há 40 anos escolheu Curitiba para viver. Ela conta que diferente de charge, o cartum e as tirinhas têm um processo de criação mais demorado, onde uma ideia vai sendo desmembrada. 
   Ele conta que a charge criada para o jornal é factual e desenvolvida na hora. “A gente costuma aproveitar até o último minuto para criar porque tudo pode mudar em questão de segundos. É por isso que é preciso estar sempre antenado, lendo o tempo todo”, comenta. 
   Pensando sobre a escola, o chargista e cartunista ressalta que as aulas de história são extremamente importantes para pensar em política. “Me interessam até hoje”, completa. (MICAELA ORIKASSA – Reportagem Local, FOLHA CIDADANIA, terça-feira, 23 de maio de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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