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quarta-feira, 26 de abril de 2017

PRODUÇÃO NACIONAL DO AZEITE DE OLIVA TERÁ NORMA TÉCNICA



   Comissão do Ministério da Agricultura está reunindo informações para publicar documento para a produção de oliveiras no Paraná

 BRASÍLIA - A organização da cadeia produtiva do azeite é uma das prioridades deste ano do Ministério da Agricultura. Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para tanto, a Comissão Permanente da Olivicultura Brasileira do Mapa, recentemente criada, está reunindo informações para publicar Norma Técnica Específica (NTE) do setor, estabelecendo normas de produção que trarão benefícios aos agricultores. A atividade vem crescendo especialmente no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e em São Paulo, que cultivam uma área de 5 mil hectares de oliveira e geram cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos. 
   A região Sul e Sudeste são as mais propícias ao cultivo por causa das temperaturas mais baixas em altitudes acima de 5 mil metros acima do nível do mar. O Brasil também processa a azeitona, contando com seis indústrias que atuam em 74 municípios. A produção do azeite de oliva, em 2017, é estimada em 60 mil litros, o dobro dos 30 mil litros de 2016,quando o setor foi prejudicado pelo excesso de chuvas nas regiões produtivas. 
   “Ainda não temos um padrão nacional de mudas de oliveira que a qualidade ou um sistema sólido de produção”, diz o chefe da Divisão de Políticas, Produção e Desenvolvimento Agropecuário da Superintendência Federal da Agricultura do Rio Grande do Sul (SFA-RS), Ricardo Furtado. Falta também, segundo ele, regulamento de agroquímicos menos agressivos ao meio ambiente ao serem usados no cultivo sem que cause maiores impactos. Mas a Norma Técnica Específica estabelecerá essas regras. 
   A comissão visa fortalecer a olivicultura brasileira nos aspectos sociais, ambientais e tecnológicos, o que deverá ter reflexos na economia, com a valorização do produto e a geração de emprego e de renda. No mês passado, os integrantes da comissão, se reuniram, por ocasião da aberta da Colheita da Oliveira, em São Sepé/RS, a fim de tratar das ações a serem desenvolvidas para apoiar o setor. 
   De acordo com o coordenador da Secretaria de Mobilidade Social do Produtor Rural e Cooperativismo (SMC), Luís Pacheco, o encontro serviu para debater o zoneamento edafoclimático da olivicultura – estudo da potencialidade do clima e solo de uma região para o cultivo de determinada cultura -, os padrões de mudas, os requisitos fitossanitários , o registro de agrotóxicos e as ações de capacitação e de assistência técnica. “Por causa da sua sustentabilidade, o cultivo da oliveira pode ser incluído como mais uma alternativa no Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC)”, assinala Pacheco. 
   Outro aspecto importante, acrescenta o coordenador da secretaria , é a oliva é uma cultura permanente que pode ser explorada em pequenas propriedades, o que contribui para a adoção de boas práticas agrícolas, um conjunto de normas, princípios e recomendações técnicas aplicadas na produção, no processamento e no transporte que visam proteger o meio ambiente e promover o bem-estar dos trabalhadores e dos consumidores. Quando o produtor de pequeno, médio ou grande porte adota boas práticas bem como mecanismos de rastreabilidade, se torna apto a receber a certificação de produção integrada, o que agrega valor a sua produção, e ainda o selo de qualidade ‘PI Brasil’ do Mapa. 
   Introduzida no Brasil no século 19, a oliveira (nome científico Olea Europea L) é nativa do Oriente Médio tem seu fruto a azeitona, usada sobretudo na alimentação humana). Do fruto são consumidos a popa macia que reveste o caroço, e o azeite, óleo produzido a partir do esmagamento da polpa. Cada oliveira leva cerca de quatro anos para atingir o ponto considerado ideal para a colheita da azeitona e produz de 2 a 3 litros por safra 
   Rica em minerais como o fósforo, cálcio, potássio e ferro, a azeitona também contém a vitamina E, vitamina antioxidante que age contra doenças cardíacas, tem ação anti-ínflamatória e auxilia no aumento do colesterol bom, por exemplo. No Brasil são mais comuns as azeitonas verdes e pretas, de tamanhos variados, comercializadas em conserva, sem caroço e a granel. 
   O azeite de oliva, derivado da azeitona, e seus benefícios nutricionais são recomendados por seus fatores que inibem o risco de doenças cardiovasculares e no processo digestivo. Os tipos extra virgem, puro ou refinado são aplicados nas diversas formas na alimentação e no preparo de receitas de alimentos. (REPORTAGEM LOCAL, página 3, caderno FOLHA RURAL, sábado e domingo 22 e 23 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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