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sábado, 1 de abril de 2017

POUCAS MUDANÇAS DESDE 64


   Tudo o que veio acontecendo no Brasil de 31 de março de 1964 até os dias atuais demonstra que a turbulência política, a incompetência governamental, a sede de poder, a corrupção e a farra pública nunca cessaram. Muitos denominaram aquela intervenção das Forças Armadas como um golpe, mas hoje pode-se compreendê-la como um contragolpe, porque este, sim, estava sendo urdido pelas esquerdas de inspiração soviética. Estas já estavam no poder depois da renúncia de Jânio mas queriam consolidar-se com um desfecho mortal contra as instituições e instalar um capitalismo de Estado dominador e – tudo indicando – sangrento. Certo é que a população aplaudiu a tomada do poder pelos militares, porque, com a posse do vice João Goulart (o Jango, do PTB), passou a vigorar no País um regime de temor e densa expectativa – porque Fidel, preposto de Moscou, já fuzilava adversários no “paredón” e os russos armaram Cuba e cercavam o mar do Caribe, certamente prontos para descer até o Brasil. Foi então que em 31 de março de 1964, os militares intervieram. O estopim foi o comício de poucas semanas antes na Avenida Presidente Vargas, no Rio, quando Jango – aplaudido pela militância petebista fez um candente discursos conclamando à tomada das propriedades particulares e produtores do País. Eram as Três Armas salvando a pátria, um procedimento idêntico que muitos pedem hoje, para destronar os políticos delinquentes que tomaram de assalto a nação brasileira. Com prisões, torturas, mortes, a ditadura militar perderia aí as estribeiras, mas deixou como legado a dominação a eliminação do domínio das esquerdas, o avanço das telecomunicações, a implantação da Usina de Itaipu e das usinas nucelares, a criação da Embrapa ( que daria gigantesco impulso ao agronegócio), o advento da montadora Embraer, a construção da rodovia Transamazônica (inacabada) , os metrôs de S. Paulo e do Rio. Enfim, ficamos salvos do perigo vermelho que já dominava meio mundo, mas viríamos a cair na desgraça atual da corrupção governamental, hoje a maior pestilência que assola o País. (WALMOR MACCARINI, jornalista em Londrina, página 2, coluna ESPAÇO ABERTO, 1 e 2 de abril de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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