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segunda-feira, 27 de março de 2017

OS 60 ANOS DA UNIÃO EUROPEIA


   Em meio aos movimentos nacionalistas, 27 líderes europeus renovaram, no sábado (23), na Itália, o compromisso de unidade que nortearam a formação da União Europeia, marcando assim as comemorações pelos 60 anos de criação do bloco. Mesmo com a ameaça terrorista e a ausência de um representante do Reino Unido, que nesta semana dá início ao processo formal de saída do bloco, os líderes presentes às comemorações em Roma estavam otimistas com a missão de reconquistar a confiança do europeu. O primeiro ministro italiano, Paolo Gentiloni, lembrou da coragem daqueles que seis décadas atrás assinaram o tratado de Roma e foram realizar o sonho de unir um continente abalado por duas guerras mundiais. A declaração firmada em 2017, traz metas para os próximo dez anos, entre elas, inclusão social, diminuição da burocracia, aumento da segurança e fortalecimento do euro. O grande desafio é a convivência entre países com recursos e riquezas tão diferentes. As forças conservadoras que surgem não apenas na Europa, mas em países americanos, como os Estados Unidos, encontraram no papa Francisco uma crítica contundente. O líder do menor país da Europa e do mundo celebrou no sábado uma missa a céu aberto em Milão, no Norte da Itália, e deixou claro o seu desejo para o Velho Continente: “Sonho com uma Europa na qual ser imigrante não é um crime “. Na celebração, o chefe da Igreja Católica defendeu uma cultura “multiétnica”, que não teme o diferente, e elogiou o povo que é capaz de receber e integrar os estrangeiros. “Este povo não teme abraçar as fronteiras nem acolher”, lembrou. Se depender do Reino Unido e de líderes de outros países poderosos, como a França, a União Europeia está destinada a acabar. Não cabe aqui defender ou condenar o bloco, mas lembrar que ele surgiu para evitar que os europeus continuassem a se matar e mostras de rivalidade e desejo de dominar o continente e o mundo. E que, como lembrou o papa, é preocupante ver que a União Europeia pode morrer sem realizar os seus ideais, como a paz, a solidariedade e prosperidade para todos. (OPINIÃO, página 2, segunda-feira, 27 de março de 2017, publicação do jornal FOLHA DE LONDRINA).

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